terça-feira, 22 de janeiro de 2008

O país da bunda ou capitalismo broxante?

O país da bunda ou um capitalismo broxante?


Dietas espalhafatosas e/ou exóticas, academias lotadas, infinitos cremes de tratamento de beleza, cirurgias estéticas batendo recordes, indústria de cosméticos se multiplicado, muitas vidas perdidas em mesas de cirurgias, tudo em prol de um corpo perfeito. Perfeito, muitas vezes ditados pela revista Caras ou mesmo pela Hebe Camargo. Com isso, a beleza ideal é perseguida indiscriminadamente por padrões de aparência, muitas vezes, inatingíveis. Além da baixa auto-estima, o culto exagerado ao corpo pode desencadear problemas patológicos – anorexia nervosa, bulimia, excesso de ginástica (estudos mostram que existem viciados em academias), entre outros problemas. Temos na verdade, uma geração submissa à ditadura do belo, em busca de uma perfeição utópica, pois poderia muito bem perguntar; o que seria belo para você? Esse é apenas um aspecto onde questiono nossa liberdade, será se somos realmente livres? Jabor fala que somos livres dentro de chiqueirinho, onde só existem excrementos para comermos. É uma liberdade ridícula. Veja a doideira que podemos chegar... Você tem que chegar ao recorde sexual, virou uma competição, tem que ser uma maquina de fazer sexo sem parar.

Tenho medo de o capitalismo acabar com minha vida... Uma das poucas coisas que ainda me desperta prazer é a mulher. Só que hoje não consigo achar as mulheres bonitas como antes. Vejo tanta bunda que quando olha para de alguma menina perto de mim, fico meio triste. Chego a pensar que é um ataque das bundas assassinas ou vulgarização exacerbada. Sem falar nas câmeras estupradoras da televisão, essas vão bem além do que eu esperava. E quando isso se transpõe para o mundo real, a coisa fica completamente diferente. Vou para o clube e me parece mais uma tortura psicológica, vê aquelas horrendas nádegas flácidas e cheias de celulite. Sempre fico na torcida esperando aquela gatinha com um bumbumzinho perfeito chegar. Na hora que vejo algumas passando, fico logo na expectativa e ansiedade "essa vai salvar o dia", mas logo que o short cai e a o biquíni aparece, bate uma frustração avassaladora, cada buracos! Que capitalismo cruel. Invadiu ate meu intimo e mudou meu gosto. E acho que assim como eu, muitos também estão sofrendo do mesmo mal. A nossa vida cada dia que passa esta perdendo sentido, somos tragados e obrigados a seguir o modelo imposto por uma determinada cultura.

Por que o Brasil é conhecido mundialmente como país das bundas perfeitas? Sendo que na realidade a coisa anda longe desse Jardim do Éden. Isso me faz pensar que a indústria cultura esta destruída toda sua individualidade, relacionamentos, amizades, diversões... já está na hora de darmos um basta nessa loucura desenfreada, onde jovens cada vez mais narcisista, arriscam a própria vida em busca de uma perfeição utópica que só existe graças ao um bom programa de computador. A vida e a felicidade vão muito além dessa basbaquice. Aprendamos a ampliar nosso horizonte e enxergamos qualidade nas pessoas bem mais interessantes.

Devemos ter consciência que o padrão de beleza estereotipado é associado a outros valores em nossa sociedade, tais como: felicidades, sucesso, trabalho e namorados perfeitos. Chegamos a tal ponto que os que não se enquadram nesse modelo são excluídos e se sentem deslocados. Será essa uma conseqüência do desgaste das nossas referencias de valores? Mais que valores mesmo são esses? Ou ao desdobramento da grande crise existencial que está inserido ao homem moderno de hoje? Cabe-nos tomar consciência da situação em que chegamos; enfrentá-las e, se possível, ultrapassá-la. Sem o mínimo sentimento de culpa pelas nossas tão humanas imperfeições inerentes a todos os seres humanos. Viva a imperfeição humana. Mulher pra mim, tem que ter defeitos...


Um abraço,

Jr

Um comentário:

  1. O capitalismo é cruel, não perdoa ninguém e envolve de maneira tão sutil que muitos não se dão conta que não passam de marionetes de um sistema embrutecido pelos ditames do dinheiro. Procuram um ideal de beleza fudamentado numa ideologia egoista, alienando-se e frustado-se por não conseguirem atingir esse ser "apolíneo" tão apregoado pela ideologia capitalista.

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