sábado, 6 de dezembro de 2008

domingo, 23 de novembro de 2008

Surpresa!!!

Aconteceu realmente na rádio TUPI FM 104,1 em São Paulo:

Locutor: - Quem fala?

Ouvinte: - É o Vicente.

Locutor: - De onde, Vicente?

Ouvinte: - Lapa!

Locutor: - Olha aí, Vicente da Lapa! Valendo o kit com camiseta e CD do Edson e Hudson. Preste atenção! Qual é o país que tem duas sílabas e se pode comer uma delas? Prestou bem atenção? Há um país com 2 sílabas e 1 delas é muito boa para se comer. Dez segundos para responder...

Ouvinte: - CU - BA!

Locutor: (mudo por alguns segundos e algumas risadas ao fundo)

- Tá certo, senhor Vicente! Vai levar o prêmio pela criatividade. Mas aqui na minha ficha estava escrito JA - PÃO...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Diga não!!!



Olá amigos,

Gostaria de informar sobre esse projeto de lei que está sendo aprovado... Já li muito sobre essa tematica e só agora encontrei um texto que realmente informa os pontos discordantes e o porque não devem ser aprovado.

Um abraço,

Jr


Falta um esforço maior de conscientização por parte de muitos internautas na mobilização contra o Projeto de Lei 84/1999, destinado a combater crimes praticados pela internet, mas que possui dispositivos extremamente preocupantes com relação ao direito de expressão assegurado pela Constituição Federal. Muitos dos blogs e sites envolvidos nessa campanha de ciberativismo limitam-se a repetir o que terceiros dizem, sem dar referências das informações que veiculam. Muito se fala desse projeto de lei, mas poucos são aqueles que transcrevem os seus pontos polêmicos ou que fornecem links para onde estão as informações primárias sobre o assunto e análises acerca da questão.

Um dos pontos mais estranhos do PL foi proposto pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) por meio de seu substitutivo aprovado pelo Senado em julho. Seu artigo 2º prevê os seguintes acréscimos ao Código Penal (Decreto-lei 2.848, de 07/12/1940):

Art. 285-B. Obter ou transferir, sem autorização ou em desconformidade com autorização do legítimo titular da rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, protegidos por expressa restrição de acesso, dado ou informação neles disponível:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Se o dado ou informação obtida desautorizadamente é fornecida a terceiros, a pena é aumentada de um terço.

Os grifos acima são deste blogueiro. Não é preciso ser especialista em Direito Constitucional para ver que essa aberração conflita explicitamente com o inciso IX do artigo 5º da Constituição Federal, que estabelece:

é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.

Vale a pena ressaltar também o que dispõem a esse respeito dois acordos internacionais ratificados pelo Brasil, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, das Nações Unidas, e a Convenção Americana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos:

Declaração Universal dos Direitos Humanos. Artigo XIX.
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

Convenção Americana de Direitos Humanos. Artigo 13.
Liberdade de Pensamento e de Expressão
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito compreende a liberdade de buscar, receber e difundir informações e idéias de toda natureza, sem consideração de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por qualquer outro processo de sua escolha.
2. O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode estar sujeito a censura prévia, mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser expressamente fixadas pela lei a ser necessárias para assegurar:
a) o respeito aos direitos ou à reputaçào das demais pessoas; ou
b) a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde ou da moral públicas.
3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias ou meios indiretos, tais como o abuso de controles oficiais ou particulares de papel de imprensa, de freqüências radioelétricas ou de equipamentos e aparelhos usados na difusão de informação, nem por quaisquer outros meios destinados a obstar a comunicação e a circulação de idéias e opiniões.

Interesses de bancos

Na quinta-feira (13/11), o substitutivo de Azeredo foi duramente criticado em audiência pública na Câmara dos Deputados, que está documentada em vídeo na web. Mesmo quando se trata de proteger informações pessoais, a proposta o faz por meio de dispositivos genéricos e completamente cerceadores, como o seguinte:

Art. 154-A. Divulgar, utilizar, comercializar ou disponibilizar dados e informações pessoais contidas em sistema informatizado com finalidade distinta da que motivou seu registro, salvo nos casos previstos em lei ou mediante expressa anuência da pessoa a que se referem, ou de seu representante legal:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Se o agente se vale de nome falso ou da utilização de identidade de terceiros para a prática do crime, a pena é aumentada de sexta parte.

Do modo como está redigido esse artigo, ele prevê a completa impossibilidade dos mais responsáveis trabalhos de jornalismo investigativo. Uma coisa é proteger bancos de dados confidenciais; outra coisa é essa proibição ampla, geral e irrestrita.

Além dessa iniciativa de violação de direitos, o substitutivo de Azeredo prevê também outros dispositivos, sobre os quais tenho algumas dúvidas quanto a serem lesivos ou não ao interesse público. Preciso entendê-los melhor. É o caso, por exemplo, de seu artigo 22, que obriga “o responsável pelo provimento de acesso a rede de computadores mundial, comercial ou do setor público” a:

manter em ambiente controlado e de segurança, pelo prazo de 3 (três) anos, com o objetivo de provimento de investigação pública formalizada, os dados de endereçamento eletrônico da origem, hora, data e a referência GMT da conexão efetuada por meio de rede de computadores e fornecê-los exclusivamente à autoridade investigatória mediante prévia requisição judicial;

Muitos dos críticos do substitutivo de Azeredo o apontam como sendo, na verdade, uma iniciativa dos bancos. Com base no que registrou a Folha com a reportagem “Nova lei para fraudes pode beneficiar banco”, de 16/08/2008, foi inspirada a postagem “Bancos, saiam do armário e assumam a Lei Azeredo” (17/08/2008), do blog Não Zero. Naquela matéria, diz a Folha:

Oficialmente, a Febraban [Federação Brasileira de Bancos] não comenta o assunto. Entre os congressistas, é consenso que a instituição foi a mais ativa nas discussões. Os bancos pagam por ano cerca de R$ 500 milhões às vítimas de fraudes na rede, clonagem de cartões e golpes em caixas automáticos.
(…)
A Scopus, que cuida da infra-estrutura de “internet banking” do Bradesco, incluindo a certificação, seria uma das beneficiadas. Nas eleições de 2002, a empresa – que pertence ao Bradesco – doou R$ 150 mil à campanha de Azeredo. O senador nega qualquer favorecimento aos bancos na nova lei. .

Prejuízo à sociedade

Vários aspectos lesivos dessa proposta já haviam sido apontados no ano passado, como na nota “O Projeto de Lei do Senador Eduardo Azeredo e seus custos para o Brasil — Internet brasileira precisa de marco regulatório civil”, de 22/05/2007, de projeto Acesso ao Conhecimento do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV-RJ, que afirma:

Dessa forma, o projeto em questão afeta a vida da maioria dos brasileiros, sejam aqueles que possuem telefones celulares, sejam aqueles que acessam a Internet por computadores, ou aqueles que serão futuros espectadores da televisão digital. Por essa razão, é inconcebível que um projeto como esse não seja debatido de forma mais ampla com a sociedade civil e com os representantes dos interesses diretamente afetados. O rol destes é grande e inclui: provedores de acesso, empresas de tecnologia de modo geral, consumidores, universidades, organizações não-governamentais, empresas de telecomunicação, apenas para elencar alguns.

Em julho, com a aprovação do substitutivo no senado, foram feitas outras boas análises, como “Senado aprova projeto nocivo à Internet. Agora é a vez da Câmara”, do jornalista Pedro Dória, em seu blog No Mínimo, e “Senador insiste no controle da Web indo na contramão do processo de inovação tecnológica”, (08/07/2008), do jornalista Carlos Castilho em seu blog Código Aberto, hospedado no Observatório da Imprensa.

Na contramão do ciberativismo que faz pouco aproveitamento dos recursos da web, há bons exemplos, como o combativo blog Xô Censura!, que ontem, dia 15 de novembro, publicou “Hoje é dia da blogagem politica — Não ao vigilantismo”. Podem colocar este blog na lista dos que aderiram à campanha contra essa aberração. O assunto é de interesse público e, espero, suprapartidário. Bem que nossos ciberativistas poderiam fazer marcação cerrada sobre os deputados que votarem a favor do substitutivo de Azeredo. Aliás, os banners já dessa campanha deveriam ter mensagens com teor mais direto, do tipo: “Abaixo a censura na internet! Não reeleja quem apóia a Lei Azeredo.”

PS de 17/11 – Mudei a imagem original desta postagem. A anterior é boa também, essa do computador amordaçado. A nova, que está na abertura do texto, mostra o ator Bob Flag no papel do Big Brother, na cena do telão doutrinário e vigilante do filme 1984 (Nineteen Eighty-Four), dirigido por Michael Radford e baseado no livro homônimo de George Orwell (1903-1950).

Aproveito para recomendar a visita ao blog Different Thinker, de Mario Amaya, especialmente às postagens “Protesto na Paulista” e “Material para a campanha”.

Fonte: http://laudascriticas.wordpress.com/

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Justiça do Piauí mantém decisão que proíbe gays de doar sangue

Estamos em qual século mesmo? Ainda diz que não é preconceito...realmente não é. Creio que seja ignorância pura, hein? Vejam isso que retirei do Portalaz



A juíza substituta da 2ª Vara Federal, Maria da Penha Gomes Fontenele, manteve os efeitos da resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que proíbe gays e homens bissexuais de doarem sangue.

A decisão foi prolatada nos autos da ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF), depois de uma representação do Grupo Matizes.Na sentença, a magistrada acata os argumentos da ANVISA, no sentido de que a proibição é baseada em dados científicos, e não motivada por preconceito.

O Ministério Público Federal, através de seu procurador, Tranvanvan Feitosa, já recorreu junto ao Tribunal Regional Federal (TRF) da decisão. No recurso, o MPF reitera o argumento de que além de discriminatória, a proibição patrocinada pela ANVISA também é inócua, porque, caso minta sobre sua orientação sexual, gays e homens bissexuais podem doar sangue.

A coordenadora do Grupo Matizes, Marinalva Santana, lamentou que se mantenha uma proibição flagrantemente discriminatória em um país em que os hemocentros vivem com seus estoques de sangue vazios.

"Quando protocolamos a representação junto ao Ministério Público, estávamos convencidos de que a Resolução da ANVISA afronta os princípios constitucionais da não-discriminação e da igualdade. Nossa convicção permanece. Infelizmente, a Juíza teve entendimento diverso. Agora, nossa expectativa é de que o TRF reveja a decisão da magistrada de 1º grau", pontua Marinalva.

Um país virado do avesso

por: Lucia Hippolito


Cena 1. Cassado por corrupção, réu no STF como chefe da quadrilha do mensalão, José Dirceu comemorava os gols do Brasil no estádio do Gama, confortavelmente instalado na tribuna de honra, com direito a ar condicionado, comidinhas e bebidinhas, além da companhia de ministros, governadores e até do procurador-geral da República, que o denunciou.

Enquanto isso, num “puxadinho”, espremido entre assessores de segundo e terceiro escalão, estava o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), relator do processo contra José Dirceu no Conselho de Ética da Câmara, que serviu de base para a cassação no plenário.

Cena 2. Denunciado no STF por formação de quadrilha, falsificação de documento público, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. Denunciado ainda por quebra de sigilo funcional, prevaricação, quebras de sigilo bancário e funcional, além de denunciação caluniosa, no caso da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo, o deputado Antonio Palocci preside a Comissão Especial que analisa a reforma tributária. Circula pelos salões, negocia com empresários, banqueiros, governadores e ministros.

Enquanto isso, o caseiro Francenildo, que mostrou ao Brasil inteiro que o então ministro mentiu reiteradas vezes ao Congresso, à imprensa, à opinião pública, enfim, ao país todo, o caseiro Francenildo continua desempregado, vivendo de bicos, sem mulher, sem família, sem pouso certo.

Cena 3. Responsáveis pela investigação e denúncia de uma das maiores e mais espalhadas séries de crimes financeiros do país, com ramificações no Legislativo, Executivo e Judiciário, o delegado da PF Protógenes Guimarães e o juiz Fausto de Sanctis estão no momento, sob investigação da PF e do Conselho Nacional de Justiça.

Enquanto isso, o principal acusado, o banqueiro Daniel Dantas, não consegue parar de rir, junto com seus advogados, que passam os dias a desmoralizar o inquérito, graças, em grande parte, às trapalhadas e impropriedades cometidas pelo próprio delegado.

Retratos do Brasil.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Genealogia de Dantas


O Jobim é o ministro da defesa de Dantas, o Mangabeira o ministro das comunicações de Dantas, O Gilmar o presidente supremo da Republica de Dantas, o José Dirceu é o superlobista de Dantas, o Marcos Valério é um laranja de Dantas, o Heráclito Fortes é o (um dos) senador do Dantas(Só aparece na midia nacional nessas situações), o Grenhal é o facilitador do Dantas, o Eike Batista é um dos sócios de Dantas, o Diogo Mainardi é o porta vóz do Dantas, o Reinaldo Azevedo é o cão de aluguel do Dantas, a Globo, Veja, Folha, Estadão são o sistema Dantas de comunicações, o FHC é o pai do Dantas, o Serra é o padrinho do Dantas, o Lulinha é a garantia do Dantas e o Lula é o presidente que tem medo do Dantas. E nós brasileiros somos os trouchas que pagam os impostos que alimentam essa mega corporação do crime organizado. Danta é apenas o protagonista da corrupção do nosso país.
OBS.: CONGRESSO BRASILEIRO => 2º mais CARO do MUNDO (só perde p/ o dos EUA !!) e pago por nós, claro !!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Piauí!!! É feliz quem vive aqui

Realmente é muito feliz quem vive aqui, principalmente quando vc é filho de político ou pessoas ligadas a tais pessoas. Esperei uns meses para vê se iriam divulgar a lista dos nomes dos parentes dos políticos do estado e da prefeitura, mas até agora nada. Alegaram que seria constrangedor pra os demitidos. Realmente é muito constrangedor, vc ganhar talvez uns 5 mil pra não fizerem nada pela manhã e à tarde desfazer tal árduo trabalho. Eu apoio totalmente a não divulgação desses nomes, são pessoas tão trabalhadoras sendo expostas na mídia, não é mesmo? A lista dos parentes dos Deputados na assembléia causou maior irritação entre eles. Oxe, só pelo simples fato do deputado Magalhães ter 5 parentes na lista....ow bobagem, hein? Mas creio que isso seja perseguição contra o nobre deputado de "esquerda". Resumindo, seria cômico se não fosse trágico.

Dantas! O dono do PODER


Olá, caro amigos leitores...

O Brasil é realmente o melhor lugar do mundo para se viver.

Muitos blogs citam que Gilmar Mendes é o ser supremo, o poderoso chefão, mas discordo totalmente. Quem manda é Daniel Dantas. O homem provocou: Saída do Delegado Protógenes e tornando-o investigado, a desmoralização do Juiz De Sanctis, o Afastamento do diretor da ABIN, o esfacelamento interno da PF, a criação da CPI do grampo, Dois HC em menos de 24hs, a indignação de alguns deputados com sua prisão, Quase um infarto no Senador Heraclito Fortes.... etc. Vcs ainda tem duvida de quem realmente manda no Brasil?

País em que o delegado que investiga vira investigado. Sendo que o "bandido" foi pego com com a mão na massa. Com 1 Milhão para pagar propina. Ainda quer mais?

País em que se tenta desmoralizar o Juiz e até acusa-lo de nazista por ter citado um Jurista que teve supostas ligações com a ideologia nazista. Eu mereço?

País em que o presidente, o coitadinho, tenta jogar tudo pra baixo do tapete. Será rabo preso?

Páis que fomenta a destruição das instituições investigativas do Brasil. O que é bom dura pouco!!!

País que investe uma miséria na Educação e não é por acaso, não é? A (des)informação é o Lema.


"Que país é esse?!?!?!"

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

VOCÊ TEM UM FURÚNCULO?


Olá amigos

Depois de muito tempo resolvo dar uma olhadinha no blog. Como esse espaço foi criado sem compromisso, então não existe necessidade de escrever todo dia ou coisa do tipo.
Deixo pra vcs um texto do cara que curto muito. Se liguem!!!


Rubem Alves


Há um ditado Zen que diz: "Nunca mostres o teu poema a um não poeta." Você me enviou os seus poemas. Isso quer dizer que você me considera um poeta. Mas eu mesmo não sei se sou poeta. Sei que escrevo poeticamente, porque brinco com imagens, sons e ritmos. Mas um poema nunca me pediu que o escrevesse. Régis de Moraes, amigo meu poeta, disse-me que quando há dentro dele um poema para ser escrito ele se sente como uma galinha que tem um ovo para ser botado. Eu nunca senti isso.

Você me enviou os seus poemas desejando que eu os leia. Nada mais justo: quem escreve deseja ser lido. Mas mais do que isso: você deseja que eu goste dos seus poemas. E que eu diga: "Você é um poeta! Merece ser publicado!" Está certo: quem escreve deseja que seus textos sejam transformados em livro.

Houve uma só vez, em toda a minha vida, em que lutei para que um livro de poemas fosse publicado. A Maria Antônia era minha aluna na UNICAMP. Tinha - e ainda tem - uma carinha de menina travessa. Acho que vai morrer com ela, a carinha travessa... Me deu um livrinho artesanal, Fogo-Pagô, com essa dedicatória: "Rubem: eu acho você engraçado e gosto de você e fico desejando que você leia esse livro e ache alguma graça nele. 1 abraço. Maria Antônia.

15.04.82." Amanhã completa 20 anos. Ela não foi a primeira mulher a me achar engraçado. Quando fui professor visitante no Union Theological Seminary (New York, 1971) meus alunos começaram a vir ao meu escritório, na véspera da minha volta ao Brasil, para se despedirem. Chegou uma jovem, longos cabelos ruivos, sardenta. Olhou-me nos olhos e disse: "Sonhei com você..." Sorri, imaginando o que ela teria sonhado. "Sonhei que você era um palhaço..." Aí meu sorriso virou riso: ela havia entendido. Sou palhaço. E estou em boa companhia: no final de um dos seus poema Nietzsche disse que ele era apenas um palhaço, apenas um poeta... O fato é que o rosto de menina travessa e o fato de ela me haver achado engraçado me seduziram. "Fogo-pagô canta manso e triste/ fazendo eco no fundo da gente/ encavalando alegria e agonia,/ que daí ficam disputando entre si/ prá reinarem no peito..." Foi amor à primeira vista porque o poema dela chamou pelo nome certo o canto que eu ouvia sempre no meu peito... Depois ela escreveu outros. Um deles eu batizei e prefaciei, Ceriguela. Até que, indignado com a dificuldade que têm os poetas para publicar seus poemas, batalhei com o pessoal da Papirus e eles também sentiram o que eu sentia e publicaram o Terra de formigueiro.

Mas não me julgo em condições de avaliar poemas. Eu não sou poeta. Assim, faltam-me as credenciais. E o pior: falta-me tempo. A Natália, minha assessora, comentou dias atrás que, se eu fosse ler todos os textos que me são enviados para serem apreciados eu teria que abandonar tudo o que faço, deixar de escrever minhas coisas, e ler sem parar, 24 horas por dia, e ainda assim eu não daria conta... Razão por que eu nem mais aceito convites para participar de bancas de tese. O tempo não dá! O tempo não dá! O Drummond se viu em situação idêntica e até escreveu um texto bravo com o título Apelo aos meus dessemelhantes em favor da paz. Não, não era a paz mundial. Era a paz dele... Ele também não dava conta. Ele só queria ter tempo para escrever as coisas dele e ler os livros que quisesse...

Lamento mas minha prioridade de vida é botar os meus ovos, escrever as coisas que me dóem. Igual a um furúnculo... Você já teve furúnculo? Incha, fica vermelho, lateja, dói, forma aquele ponto amarelo de pus. Tem de ser espremido. Dói para ser espremido. Mas é só através da dor do espremer que ele pára de doer. Escrever é assim. Um texto a ser escrito é um furúnculo que dói. Os seus poemas dóem em você? Ficam atormentando você, pedindo para ser escritos? Ou são simples coceiras? Só se meta a ser poeta se seus poemas doerem muito... Escrever poesia é um ofício terrível. Primeiro porque há poetas gigantescos como Fernando Pessoa, Hilda Hilst, Cecília Meireles. Segundo, porque é muito difícil que as editoras publiquem livros de poemas. Poesia, com raríssimas exceções, é mau negócio. Dá prejuízo.

Seus poemas nascem de inspiração? Leia atentamente essa precisa descrição da experiência da inspiração, feita por Nietzsche e, honestamente, diga se esse é o seu caso. "Será que alguém, ao final do século dezenove, tem uma idéia clara daquilo a que os poetas das eras fortes chamaram pelo nome de inspiração? Se não, vou descrevê-la. Repentinamente, com certeza e sutileza indescritíveis, algo se torna visível, audível, algo que nos sacode em nossas últimas profundezas e nos lança por terra... A gente não busca; ouve. Não pede ou dá; aceita. Como um relâmpago, um pensamento se ilumina de forma irresistível, sem hesitações com respeito à sua forma. Eu nunca tive qualquer escolha! Tudo acontece de forma involuntária no mais alto grau, mas como uma onda enorme de liberdade, um sentimento de algo absoluto, de poder, de divindade." É assim que acontece com você?

Se é assim que acontece com você, então, vale a pena prosseguir. Não pelos livros que você venha a publicar, mas pela simples alegria de... botar o seu ovo... Mas é preciso honestidade para distinguir entre furúnculos e coceiras...

O que melhor posso fazer é dar a você, e a todos os que amam poesia, algumas sugestões.

Leia, em primeiro lugar, o maravilhoso livro de Rainer Maria Rilke Cartas a um jovem poeta. São cartas de enorme delicadeza, sensibilidade e honestidade. Rilke as escreveu a um jovem que lhe enviara poemas de sua autoria, pedindo que o poeta desse a sua opinião. Que tempo maravilhoso aquele, quando o tempo andava devagar, e havia tempo para se escrever longas cartas em papel, com tinta, caneta, mataborrão, envelope, selo e caminhadas até o correio... Tempo feliz aquele, quando a chegada do carteiro era um evento grave, pois se sabia que cartas eram, sempre, portadoras do essencial.

Leia, depois, o Manoel de Barros, poeta matogrossense... Livro sobre nada, Livro de pré-coisas, Arranjos para assobio, O livro das ignorãnças... O Manoel de Barros é mestre de aforismos, afirmações curtas, marteladas na cabeça de um prego, que desarrumam o arrumado e fazem pensar. "Palavra poética tem que chegar ao grau de brinquedo para ser séria". "A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse nossos mais fundos desejos." "Melhor que nomear é aludir. Verso não precisa dar noção." "Tem mais presença em mim o que me falta." "Quem acumula muita informação perde o condão de adivinhar." "Eu queria avançar para o começo. Chegar ao acriançamento das palavras." "Deus deu forma. Os artistas desformam. É preciso desformar o mundo: Tirar da natureza as naturalidades. Fazer cavalo verde, por exemplo. Fazer noiva camponesa voar - como em Chagall..."

E ler, bovinamente, ruminantemente, em voz alta, os poetas... É preciso ler em voz alta. Poesia não é pensamento. É música. Você sabe ler? Claro: eu sei que você sabe ler... Mas não é isso que estou perguntando. Estou perguntando se, ao ler, suas palavras fazem música. E os seus poemas? Que música fazem eles? Leia Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Fernando Pessoa, Mário Quintana, Adélia Prado, Cecília Meireles, Hilda Hilst, Chico Buarque, Vinícius...

Para terminar, vou transcrever o que Rilke escreveu ao término de sua primeira carta: "Mas talvez se dê o caso de ter o senhor de renunciar a se tornar poeta. Basta sentir que poderia viver sem escrever para não mais se ter o direito de fazê-lo..."

segunda-feira, 28 de julho de 2008

O ladrão de queijos e Daniel Dantas


O ladrão de queijos e Daniel Dantas

Atualizado em 24 de julho de 2008 às 17:00
Publicado em 24 de julho de 2008 às 16:59

por Laerte Braga

Olhando o noticiário dos jornais, revistas e das grandes redes de tevê, das emissoras de rádio cheguei à conclusão que os ladrões de queijo, falo daquele que pegou duas latas de queijo num supermercado e ia vender por 85 reais para comprar uma cesta básica, ou parte de uma cesta básica para si e a sua família têm que se organizar.

Simples de entender isso. Do contrário fica preso.

Sugiro uma assembléia geral de ladrões de galinha, de “criminosos” de pequeno porte, afinal a união faz a força e acho que já é tempo de começarem a buscar seus “direitos”. Eleger deputados, senadores, indicar ministros para o stf (a suposta suprema corte, mas que solta os grandes ladrões).

Latifundiários têm bancada à disposição. Grandes empresas contam com Daniel Dantas para fornecer toda a “infra-estrutura” necessária, desde campanhas como faz as dos tucanos (Serra, Alckmin, Aécio, etc). Ou com multinacionais tipo ALSTON, especialista em ganhar concorrências em governos tucanos, esses negócios assim meio que escondidos mas nem tanto. Só não saem na GLOBO. A rede faz parte do esquema.

Banqueiros, desnecessário dizer que são os senhores absolutos do mundo do crime dito legal. Pagam regabofes para juízes e desembargadores em resorts de alto luxo. Financiam seminários de magistrados, partidos, candidatos, o de sempre.

Os pequenos ladrões ficam à mercê da lei. Terminam nas prisões por terem roubado um ou dois queijos numa rede de supermercados que rouba do cliente todos os momentos ao não devolver o troco quebrado de um centavo, ou de dois, em flagrante violação à lei (mas a lei é deles).

É a reprodução da luta de classes no mundo do crime. Por que o irmão do senador CorrupTasso Jereissati pode entrar em grandes negócios no setor de telefonia, levar milhões do BNDES (dinheiro do FAT – FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR) e a moça que roubou um pote de manteiga numa padaria tem que ficar quase três anos presa?

Pior que isso, o senador Heráclito Fortes, dos DEMocratas (sócios menores do tucanato no mundo do crime legal), quer responsabilizar o delegado Protógenes Queiroz, da Polícia Federal, que cismou de cumprir a lei a revelia do presidente (putz!) do tal stf, o ex-advogado geral da União no governo FHV (Fernando Henrique Vende), gilmar mendes.

É a perfeição no mundo do crime. O delegado vai ser punido. O senador vai representar contra Protógenes, exigir o enquadramento do policial e pronto, fica restabelecida a honra das máfias que controlam o congresso, as instâncias superiores do judiciário (aquelas das quais Dantas disse não ter medo) e encurralam um presidente medroso e que faz pior que avestruz. Avestruz enfia a cara no chão para não ver, Lula chama gilmar para uma foto com tarso genro, aquele que disse que ia fundo doa a quem doer.

Por trás de tudo isso está o processo de privatização do Brasil. O controle do Estado brasileiro. A entrega do patrimônio público a grupos privados sem o menor compromisso com o País, mas garantidos pelo general Augusto Heleno que acha que a culpa é dos índios.

O tal capitalismo.

Os pequenos ladrões não podem ficar a descoberto. Se unidos serão muitos e terão condições de assegurar os seus “direitos”, na mesma proporção de Daniel Dantas, Fernando Henrique, José Serra, Salvatore Cacciola, Luís Eduardo Greenhalg, professor Luizinho, um monte de petistas atolados até a alma na corrupção e na sedução do poder.

No grande sanduba sabor PTSDB.

Tem para todo mundo.

É o trem mais simples do mundo: “ladrões de galinha do mundo uni-vos”. Elegem uma diretoria, fundam um ou dois partidos, elegem vereadores, deputados estaduais, deputados federais, senadores, governadores, ganham força para indicar ministros dos tribunais superiores e acabam promovendo a “justiça” do pequeno contra o grande.

Do contrário até os delegados vão parar na cadeia e aí vai ser esculhambação geral. O poder absoluto dos senhores do Estado. Dos acionistas.

Naji Nahas, quando casou um filho ou filha recebeu a fina flor do crime legalizado numa festa de arromba, recebia grana direto em pastas (Pastinha deve estar enlouquecido, é uma ou outra mísera propina…) e está aí, tranqüilo, lépido, fagueiro, sentindo-se injustiçado, perseguido.

Urge uma atitude antes que a situação chegue a um ponto irreversível e os ladrões de queijo para matar a fome não consigam a sobrevivência no modelo FIESP/DASLU. Ou antes que virem todos escravos/zumbis das VALE da vida, ou do “progresso” ARACRUZ.

Se quiserem dar uma bajulada, assim para iniciar uma tentativa de aproximação com os grandes e quem sabe um acordo (unidos serão fortes), podem eleger o Ermírio de Moraes patrono, presidente de honra vitalício. Ou o FHV. Convidar o gilmar mendes para redigir os estatutos da FNLG (FEDERAÇÃO NACIONAL DOS LADRÕES DE GALINHA), aprender logo essa prática do clube de amigos e inimigos cordiais que dominam e controlam o antigo Brasil.

E podem até neutralizar o risco Polícia Militar. Braço armado do crime legalizado.

Mas não pensem em convidar o Pastinha para a diretoria. Do contrário hotel vira sede superfaturada, merreca vem em notinha de troféu de sinuca, montagens porcas são feitas no escuro da maledicência travestida de bonzinhos ajudadores e ai deixa de ser associação de pequenos ladrões, ou a FNLG para desmoralizar mais ainda a categoria de bandidos de pequeno porte, digamos assim, no estilo politicamente correto. Vira pó de traque.

Caso consigam superar obstáculos e dificuldades são capazes até de conseguir vaga no seio patriótico dos tucanos, dos DEMocratas e um bando de setores do PT.

Qualquer dúvida o general Heleno garante. Prende e arrebenta os índios e fala em democracia, progresso e pronto, fica tudo resolvido na hora do JORNAL NACIONAL.

No final das contas, algemas? Só para delegados que teimarem em cumprir a lei.



Dica de Blog: http://blogdoprotogenes.com.br/

sábado, 19 de julho de 2008

Por que Lula entrou na crise


Olá, caros amigos...segue o resumo da novela Daniel Dantas... Essa o SBT deveria comprar tbm, pois renderia bons lucros. O daniel Dantas tá mais famoso que a Juma....rsrsrsr.Na verdade minha vontade era de falar da muie melancia, mas infelizmente o DD e O delegado da PF estão mais em alta...rsrsrsr.

Bem, das noticias que andei lendo sobre esse contraditório caso, essa matéria foi a que achei mais completa. Consegue Ligar muitos elementos. Se liguem como a coisa + ou - funciona.



Por que Lula entrou na crise

As razões políticas e econômicas que levaram o presidente a intervir no caso policial do banqueiro Daniel Dantas
Guilherme Evelin, Ricardo Amaral, Andrei Meireles e David Friedlander
Maurício Lima
DEIXA COMIGO
O presidente Lula faz uma saudação. Na semana passada ele deu bronca no delegado da PF e interveio pessoalmente no caso Dantas
Revista Época

A primeira reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à operação Satiagraha, deflagrada há duas semanas, foi positiva. Ele estava em Tóquio. Foi informado sobre a ação que levara o banqueiro Daniel Dantas à cadeia. Disseram-lhe que era “bastante consistente”. O informe seguinte, mais detalhado, já incorporava a avaliação de que a Polícia Federal cometera “certos exageros”. Ainda assim, o relato celebrava o mérito da ação no combate ao crime. Lula começou a ficar preocupado em seguida, com a descoberta de diálogos inconvenientes entre Gilberto Carvalho, seu secretário particular, e o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, um petista histórico atuando a serviço de Dantas. Na semana passada, avisado de que o delegado Protógenes Queiroz, chefe da operação, abandonara o caso vazando a versão de que fora pressionado a fazer isso, Lula decidiu entrar em ação. Deu uma maldisfarçada bronca pública no policial. Foi uma cena inédita, mesmo para um país que já viu de tudo em matéria de confusões políticas. Um presidente entrava em confronto com um delegado.

Sem conseguir esconder desconforto e irritação, Lula parou diante de uma multidão de repórteres e praticamente desafiou Protógenes – um delegado com extensa folha de serviços prestados à PF (leia mais sobre Protógenes) – a dizer de que lado estava a verdade. Disse que ele tinha o dever moral de continuar no caso, “a não ser que diga publicamente que não quer”, e que o delegado não pode “é vender insinuações à sociedade”. Protógenes deixou o cargo diante de um dilema criado para ele por seus superiores. Para continuar, deveria dar dedicação exclusiva à conclusão do inquérito e desistir de um curso que lhe renderia mais R$ 2 mil por mês. Protógenes optou pelo curso. O mais surpreendente foi a atitude de Lula. Não fica bem para um presidente dar palpite em público sobre o comportamento de funcionários de escalão inferior. O presidente nomeia seus auxiliares principais, dá ordens, demite. Lula sabe muito bem disso. Em quase seis anos de governo, ele procurou manter uma distância profilática em relação aos escândalos que envolveram seus assessores próximos e pessoas ligadas a ele.

Por que, então, Lula resolveu se envolver diretamente nessa história? De acordo com auxiliares e políticos que participam da rotina do presidente Lula, a reprimenda pública ao delegado de polícia foi motivada por três preocupações:


1) o desligamento de Protógenes poderia ser interpretado como um acerto subterrâneo para beneficiar Daniel Dantas e prejudicar a altíssima popularidade de Lula, seu bem mais precioso;


2) o receio de que a investigação se transforme num processo incontrolável, capaz de atingir o governo com a descoberta de auxiliares do presidente em movimentos para prestar favores ao grupo de Dantas;


3) o risco de que a confusão sirva para contestar a fusão das operadoras de telefone Brasil Telecom e Oi/Telemar, uma das prioridades do segundo mandato do governo Lula (clique aqui e leia mais).


Wilton Junior
RISCO
O advogado e ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh. Petista histórico, ele atuou em defesa dos interesses de Daniel Dantas

Um deputado petista com trânsito no Palácio do Planalto relata que, desde que a crise deixou de ser um drama exclusivo de Dantas, Lula trabalha para aumentar o controle sobre as investigações da PF. Ele não quer confusão, porque sabe que a crise só tem um destino: aproximar-se do governo. Por isso, Lula reagiu tão mal ao que lhe dissera o ministro da Justiça, Tarso Genro: o próprio Protógenes passara a jornalistas a versão de que sofrera pressões de seus superiores para sair da investigação. Com seu conhecido talento para identificar a qualquer distância ameaças a sua popularidade, Lula primeiro deu a bronca em Protógenes. Na seqüência, tratou de desmenti-lo. Depois de ouvir de Tarso a garantia de que a gravação da reunião onde foi decidido o destino de Protógenes, entre ele e o comando da Polícia Federal, demonstraria que o próprio Protógenes decidira retirar-se da função, Lula aprovou a divulgação da fita. Essas ações procuraram evitar o desgaste da imagem do governo, transformando Protógenes de perseguido em desertor.

O governo parece ter vencido o primeiro lance com o afastamento do imprevisível delegado. Mas ainda há o inquérito da Operação Satiagraha. Como o trabalho de Protógenes beirou a clandestinidade dentro da própria PF, ninguém tem idéia de todas as conversas captadas pelas escutas telefônicas ou do material que os federais já capturaram. Amigos de Protógenes dizem que ele adotou na operação uma estratégia usada com freqüência por policiais e procuradores da primeira instância: excluir do inquérito gravações telefônicas e documentos relativos a quem tenha foro privilegiado, como ministros e parlamentares. Dessa forma, ele evitaria que o inquérito subisse para o Supremo Tribunal Federal (STF) e manteria o controle da apuração nas mãos de juízes e procuradores aliados.


Para ampliar o suspense, as operações de busca recolheram material com potencial de estrago ainda desconhecido. Eis o que ainda resta para a PF apurar:

  • um conjunto de discos rígidos de computador e CDs escondido atrás de uma parede falsa na biblioteca do apartamento de Dantas, como ÉPOCA antecipou na semana passada;
  • um bunker lotado de documentos na casa do investidor Naji Nahas, acusado de envolvimento nos crimes financeiros;
  • listas com o nome daqueles que teriam recebido dinheiro ou viriam a ser abordados com o mesmo propósito, encontradas no apartamento de Humberto Braz, o braço direito de Dantas (leia a reportagem).

Partido Telefônico
As relações dos petistas graúdos com as empresas de telefonia
Givaldo Barbosa
LUIZ GUSHIKEN,
ex-ministro
O inimigo de Dantas
Petista histórico, Gushiken atuava pelos interesses dos bilionários dos fundos de pensão de funcionários públicos. Seu maior aliado, Sergio Rosa, da Previ, era seu companheiro de militância sindical. Gushiken atravessou o primeiro mandato de Lula em guerra com Daniel Dantas, que enfrentava os fundos e queria comandar a Brasil Telecom sozinho. Dantas foi forçado a deixar o negócio. Mas os fundos também foram derrotados, pois discordavam da venda da Brasil Telecom para a Oi
Glaucio Dettmar
JOSÉ DIRCEU, ex-ministro
Aposta errada
Dirceu poderia ser acusado de “dupla militância”. O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, seu grande amigo, embolsou R$ 8 milhões para ajudar Dantas na guerra pelo controle da Brasil Telecom. Dirceu foi identificado com esse grupo. Mas ele também tinha outra aposta: a Claro, do mexicano Carlos Slim, outro grande amigo. Caso ela se tornasse a número um do país, Dirceu seria o político mais próximo do “rei”. A Claro perdeu terreno com a fusão da BrT com a Oi
Agência Brasil
LULA, presidente
O entusiasta da fusão
Lula é um dos maiores partidários da fusão da Brasil Telecom-Oi, afastando Dantas dos negócios e formando uma supertelefônica companhia com 30% do mercado de telefonia e internet, empatada com a Telefônica-Vivo. Lula mobilizou verbas do BNDES e se dispõe a assinar um decreto para garantir o nascimento da empresa. Ela deverá atuar em todos os Estados brasileiros, com exceção da telefonia fixa em São Paulo. Terá 22 milhões de clientes na telefonia fixa, 19 milhões na telefonia celular e 3 milhões na banda larga
No centro dos temores do governo encontra-se Luiz Eduardo Greenhalgh, petista do círculo de confiança de Lula. Desde a descoberta de que era alvo de investigação de Protógenes, que chegou a pedir sua prisão, Greenhalgh não dá entrevistas e conversa com poucos interlocutores. Aos amigos que perguntam se o governo deveria aguardar por novos constrangimentos por sua atividade como advogado de Dantas, Greenhalgh simplesmente responde que recorda pouca coisa sobre seus diálogos, o que deixa o PT apavorado. Lobistas, assessores parlamentares e veteranos políticos de Brasília sabem o risco que Greenhalgh representa para o governo.

Embora não seja definido como político desonesto, desses que desviam recursos públicos para a própria conta, ele tem uma incrível capacidade para fazer inimigos – mesmo carregando ainda a aura do passado na luta contra a ditadura. Desde a redemocratização, não foram poucas as confusões em que Greenhalgh se meteu. Ele foi apanhado com um cheque para o caixa dois da campanha de Lula em 1989, num episódio conhecido como caso Lubeca. Na época, o caso foi considerado um acidente de percurso num mundo político habituado a gastos por baixo do pano em qualquer legenda, para qualquer candidato.

O que se teme em Greenhalgh é sua autoconfiança excessiva, comportamento de quem costuma se considerar capaz de dar conta de tarefas que nem sempre estão a seu alcance – e que podem produzir problemas. “Ele é aquele tipo que adora aceitar missões que não pode cumprir”, diz um velho amigo. Foi assim quando aceitou disputar a presidência da Câmara dos Deputados, em 2005. Não tinha maioria de votos nem no próprio partido. Sua derrota abriu as portas para a vitória de Severino Cavalcanti.

No fim do ano passado, abrigado na equipe de advogados de Dantas, Greenhalgh encontrou-se com Lula e pediu seu aval. “Só estou nessa porque o presidente autorizou”, disse a um amigo, quando ficou evidente que, apesar da boa vontade do governo, Dantas estava na mira da PF. Em teoria, o criminalista Greenhalgh seria um personagem adequado para limpar um passivo de acusações e conflitos entre Dantas e seus sócios na Brasil Telecom. Também poderia servir como um elo entre Dantas e um governo que pretendia aplainar o caminho para colocar de pé a fusão da Brasil Telecom com a Oi/Telemar. Seus honorários de R$ 650 mil podem decepcionar os velhos amigos petistas. O problema é que ele foi além. Surgiram gravações em que o criminalista Greenhalgh aparece envolvido em negociações financeiras de vulto – o que está longe de ser sua especialidade. A partir de seus contatos no PT e no governo, Greenhalgh buscou ter acesso a informações sigilosas sobre a investigação em torno do Opportunity. Essa é a gravidade de seus contatos com Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, a quem pediu informações sobre o inquérito.

O receio no governo é que ele não tenha limitado esses pedidos a Gilberto Carvalho, que demonstrou postura cooperativa segundo os grampos telefônicos. Observadores do Planalto dizem que Greenhalgh pode ter feito pedidos análogos a outros personagens. Carvalho teria ajudado “no necessário”. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, teria tido contato com interlocutores de Dantas para ajudar na parte governamental da fusão da BrT com a Oi.

A investigação de Protógenes seguia por esse caminho. Um dos relatórios da operação deixa claro que a equipe comandada pelo delegado Protógenes pretendia desdobrar o inquérito sobre Dantas para uma investigação sobre a fusão das duas companhias. Nas tratativas para a formação da Supertele, a equipe de Protógenes vê “diversos indícios de ocorrência de delitos contra o mercado de capitais e de evasão de divisas”. Em seu estilo vago, o delegado não esclarece, porém, quais são os indícios de delitos no negócio, visto por muitos como uma forma oblíqua de o governo voltar a controlar as telecomunicações. A entrada de Greenhalgh, como advogado bem remunerado por Dantas, coincide com o avanço das negociações no governo para a criação da Supertele.

Para a fusão da BrT com a Oi ser concretizada, alguns obstáculos precisam ser removidos. O primeiro é a legislação. Pelas regras de funcionamento do mercado de telefonia, estabelecidas antes da privatização do setor em 1998, a telefonia fixa do país foi dividida em três regiões, e a presença de um mesmo controlador em mais de uma área é proibida. Essa proibição não foi revogada, mas o governo já anunciou que está empenhado nessa tarefa. O segundo obstáculo era a presença de Dantas no comando da BrT. Depois de inúmeros conflitos com os fundos de pensão de empresas estatais, com a Telecom Italia e o Citigroup, seus sócios na empresa, Dantas deixou a BrT em abril deste ano. Sua saída começara a ser esboçada em maio de 2006, momento em que a tensão no relacionamento entre Dantas e o Palácio do Planalto atingira seu ponto máximo.

Na ocasião, a revista Veja publicara uma reportagem sobre um material de conteúdo supostamente explosivo que estaria nas mãos de Dantas. Seriam documentos – que depois se revelaram falsos – sobre contas bancárias no exterior, supostamente movimentadas pelo presidente Lula, pelo então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, pelo então chefe da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e por outros figurões do governo. Na mesma semana, Dantas e Thomaz Bastos se encontraram num jantar na casa do senador Heráclito Fortes (DEM-PI). A conversa teve três testemunhas: o dono da casa, amigo de Dantas, e os deputados petistas Sigmaringa Seixas (DF) e José Eduardo Cardozo (SP), levados ao encontro por Thomaz Bastos. No jantar, além de negar que estivesse por trás do dossiê, Dantas deu o primeiro sinal de que estava disposto a deixar a BrT. “Eu saio, eu quero ir embora”, teria dito Dantas a Thomaz Bastos. Em 2007, Dantas conformou-se em deixar a BrT e passou a jogar para sair de bolso forrado (ele vai embolsar cerca de R$ 1 bilhão pela venda de sua participação acionária).

É fácil entender por que o governo sempre preferiu ver Dantas longe das teles. “Daniel é um empresário brilhante, mas não entendeu que o Brasil mudou”, diz um antigo executivo do grupo Opportunity. De acordo com ele, Dantas jamais conseguiu compor-se com os sócios que tinham a maior parte do capital – os fundos de pensão. Não aceitava sugestões para tocar o negócio e encarava com desconfiança pleitos como o direito de grandes acionistas de nomear pessoas de confiança para postos-chave. Ele cultivou lutas e confrontos, ao contrário de Carlos Jereissati e Sergio Andrade, os donos da Telemar. Jereissati e Andrade têm laços diversos com o governo Lula e são velhos financiadores de campanhas do PT, diferentemente de Dantas, que chegou a usar a logística da BrT para servir aos políticos do antigo PFL, hoje DEM, e só mostrou interesse em ajudar o PT quando as chances de chegar ao poder estavam próximas.

Danilo Verpa
ELE VIROU RÉU
O banqueiro Daniel Dantas, preso e solto duas vezes em quatro dias. A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público por tentativa de suborno

Por causa desse comportamento, logo no começo do governo Lula, Dantas ganhou um inimigo no círculo íntimo do presidente: o ex-ministro Luiz Gushiken, que detinha grande poder sobre os fundos de pensão. A rivalidade entre os dois cresceu depois da acusação, em 2004, de que Dantas, por meio da empresa Kroll, montara uma rede de espionagem que tinha Gushiken como um de seus alvos. Herdeiras de mercados milionários, as telefônicas sempre fizeram questão de aproximar-se do PT e do governo Lula. Para minar a barreira construída por “China”, o apelido de Gushiken, Dantas ensaiou diversos movimentos de aproximação. Entre 2003 e 2005, contratou o advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, para fazer uma “consultoria”, por R$ 1,2 milhão. Também contratou, por R$ 8 milhões, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, amigo do então todo-poderoso ministro José Dirceu. Tentou ainda ficar amigo do PT por meio do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e do lobista Marcos Valério, os organizadores do esquema de financiamento ilegal de campanha e compra de votos no Congresso, conhecido como mensalão.

Por seu comportamento, Dantas ganhou um
inimigo no círculo íntimo de Lula: Luiz Gushiken

Por vias laterais, Dantas se aproximou do próprio Dirceu, de Antônio Palocci, então ministro da Fazenda, e de Thomaz Bastos. Dirceu, Palocci e Thomaz Bastos estiveram algumas vezes – em torno de dez – com Dantas em conversas reservadas. Nos três casos, fora da agenda oficial. Nenhum deles queria manter conversas com o banqueiro oficialmente, por causa da pressão de Gushiken, que tinha grande prestígio com Lula.

As razões do medo
O material apreendido na Operação Satiagraha põe terror em quem teve relações estreitas com o grupo de Daniel Dantas e Naji Nahas
Revista Época
A polícia encontrou um fundo falso atrás de uma estante de livros na casa de Dantas. No esconderijo, estavam sete discos rígidos de computador com informações que ultrapassam a capacidade de cem computadores caseiros Na residência de Naji Nahas, os policiais federais se surpreenderam ao descobrir um bunker no subsolo da casa. Lá havia listas e documentos sobre operações financeiras Entre os objetos apreendidos na casa de Humberto Braz havia uma relação de nomes de pessoas e números. Há suspeita de que essa seja uma lista de propinas pagas ou oferecidas a autoridades

Todo esse jogo complexo de segredos políticos e empresariais ajuda a entender por que é tão importante para o governo controlar a investigação da Operação Satiagraha e o conflito de facções na Polícia Federal. Diretores da PF e aliados do delegado Protógenes confirmam que ocorreu um confronto aberto nos bastidores da operação. Na versão dos amigos de Protógenes, seus chefes em Brasília teriam entrado em pânico quando souberam que, entre os alvos da operação, estava Greenhalgh. Queriam saber se ele estaria entre os presos. Protógenes, até horas antes da operação, desconversava. De acordo com seus chefes, a preocupação com Greenhalgh era um delírio de Protógenes.


Ricardo Marques
FAZENDO AS PAZES
A reunião do presidente do STF, Gilmar Mendes (à esq.), com o ministro Tarso Genro (à dir.), mediada por Lula em Brasília

A disputa interna na PF tem raízes também na troca de comando mal resolvida dentro da corporação. Protógenes é ligado ao delegado Paulo Lacerda, ex-diretor da PF e atual chefe da Agência Brasileira de Informação (Abin). Antes de sair da PF, Lacerda escolhera Protógenes Queiroz para chefiar a investigação sobre Dantas. Quando mudou de cargo, Lacerda pediu a seu sucessor, Luiz Fernando Corrêa, para manter Protógenes no caso. Durante a investigação, Protógenes entrou em conflito com a equipe de Corrêa. Tudo isso fez do afastamento de Protógenes da investigação sobre Dantas uma operação politicamente delicada.

As divisões da PF mostraram outra vulnerabilidade do Planalto. O presidente está sem um articulador político, capaz de funcionar como anteparo em momentos de crises. Isso obrigou o próprio Lula a intervir diretamente nessa crise. O ministro Genro acredita que tem possibilidades de disputar a sucessão de Lula em 2010, como o candidato do governo. Agiu no caso mais preocupado com seu futuro político. De olho em possíveis dividendos eleitorais, Genro, mesmo condenando a “espetacularização” da Operação Satiagraha, engajou-se num conflito desnecessário com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em torno das operações da PF (leia mais sobre a crise desencadeada na Justiça pela Operação Satiagraha). Para apaziguar os ânimos entre o Executivo e o Judiciário, Lula foi o anfitrião de um encontro, na semana passada, entre Genro, Mendes e o ministro da Defesa, Nelson Jobim.

Com Tarso envolvendo-se em brigas com o STF, quem
voltou a circular foi o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos

Enquanto Genro se envolvia em brigas públicas com o STF, quem voltou a circular de maneira discreta, em Brasília e no Planalto, na semana passada foi o ex-ministro Thomaz Bastos. No primeiro mandato de Lula, ele firmou reputação como especialista em esfriar crises e reduzir danos em escândalos políticos. Embora ele negue, atribui-se a Thomaz Bastos a sugestão para que Lula falasse publicamente sobre a saída de Protógenes do comando da investigação de Dantas. No mesmo dia, Thomaz Bastos encontrou-se de manhã no Planalto com o chefe de gabinete Gilberto Carvalho, que havia interrompido suas férias para ajudar a administrar a crise.À noite, esteve com o delegado Lacerda, com quem trabalhou no primeiro mandato de Lula.

A habilidade de Thomaz Bastos para desativar bombas políticas ainda pode ser necessária ao Planalto. ÉPOCA ouviu de um integrante do governo Lula com ligações com Dantas que o banqueiro estuda a possibilidade de pedir asilo no exterior. Há anos, ele se diz perseguido politicamente. Segundo esse integrante do governo, Dantas acredita agora ter encontrado os fundamentos para o pedido de asilo na peça de investigação feita pelo delegado Protógenes.

Os HDs de Dantas
Todas as etapas da investigação contra o banqueiro
2004
A Operação Chacal da PF, sobre uma rede de espionagem criada por Dantas, apreende um disco rígido de computador (HD) na sede do banco Opportunity. Nele há dados sobre brasileiros que supostamente teriam dinheiro no Opportunity Fund, nas Ilhas Cayman. Como o fundo é exclusivo para estrangeiros, as aplicações seriam ilegais. O HD é analisado com autorização do STF
2005
Dantas é investigado no escândalo do mensalão. Suas empresas fizeram depósitos de R$ 4 milhões em empresas do publicitário Marcos Valério, um dos operadores do esquema de caixa dois do PT e suposta compra de votos no Congresso
2006
Apesar de indiciado pela CPI dos Correios, Dantas não é incluído entre os 40 denunciados pelo procurador-geral da República no esquema do mensalão. As investigações sobre Dantas vão para o Ministério Público Federal. Com autorização da Justiça, o MP e a PF abrem o HD e iniciam, de forma sigilosa, outra investigação
abril de 2008
O jornal Folha de S.Paulo publica reportagem sobre a existência do inquérito na PF contra Dantas
junho de 2008
Dois homens ligados a Dantas – Humberto Braz e Hugo Chicaroni – tentam subornar um delegado da PF. Segundo a polícia, eles oferecem US$ 1 milhão em troca da exclusão de Dantas, sua irmã e um sobrinho das investigações
8 de julho de 2008
A PF deflagra a Operação Satiagraha. Prende Dantas (acusado de formação de quadrilha, evasão de divisas, corrupção ativa, gestão fraudulenta e concessão de empréstimos vedados) e outras 23 pessoas. Faz buscas em escritórios e na casa do banqueiro. Entre os objetos apreendidos, conforme revelado por ÉPOCA, estão sete HDs encontrados atrás de uma parede falsa no apartamento de Dantas, no Rio
9 de julho de 2008
O presidente do STF, Gilmar Mendes, concede habeas corpus a Dantas e a outros dez presos
10 de julho de 2008
Solto pela manhã, Dantas volta à cadeia à tarde, depois que o juiz federal Fausto De Sanctis expede novo pedido de prisão. A justificativa para o novo pedido de prisão era a confissão de Chicaroni, que confirmou à PF que trabalhava para Dantas ao tentar subornar um delegado
11 de julho
Gilmar Mendes concede novo habeas corpus a Dantas
13 de julho
Humberto Braz, braço direito de Dantas e também acusado de tentar subornar o delegado, se entrega
14 de julho
Lula condena o uso de algemas e considera a Operação Satiagraha sensacionalista
15 de julho
O delegado-chefe da Satiagraha, Protógenes Queiroz, e outros dois colegas saem do caso. Mendes nega habeas corpus a Humberto Braz e Hugo Chicaroni
16 de julho
Lula intima Protógenes a continuar nas investigações ou a dizer publicamente que não foi forçado a sair. O juiz De Sanctis recebe a denúncia do MP contra Dantas, Braz e Chicaroni. Eles viram réus
17 de julho
A PF divulga trechos da reunião em que foi decidido o afastamento de Protógenes. Nas gravações, o delegado diz que não quer presidir o inquérito. Os dois delegados assistentes que também tinham saído das investigações são convidados a voltar



Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI8391-15223-1,00-POR+QUE+LULA+ENTROU+NA+CRISE.html

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Nossa Justiça?!?!?

Pra falar no Gilmar, o ministro do jeitinho, vejam esse vídeo do figura.


http://www.youtube.com/watch?v=bIpj-n2R-f4

Vou colocar tbm um vídeo do Jabor...


http://www.youtube.com/watch?v=8619u-x2a9Y

quinta-feira, 10 de julho de 2008

BRASIL, MEU BRASIL BRASILEIRO!

BRASIL, MEU BRASIL BRASILEIRO!

Bom, nobres amigos, como as eleições esta se aproximando, agora até as eleições, direcionarei meus posts para as bizarrices de nossos políticos. E para dar inicio a esse processo, não poderia deixar de comentar sobre os últimos acontecimentos: Prisão de Daniel Dantas e o carnaval antecipado dos senadores. Senado contratará, sem concurso, mais de 90 servidores com salários a R$ 9 mil, é mole? Para quem estuda isso é um estimulo e tanto.

Pow, após toda essa palhaçada de prende e solta Daniel Dantas(DD) resolvi fazer uma retrospectiva, não muito longa, da corrupção no Brasil: Começa com a palhaçada do Sarney presidente, depois veio Collor, F.HC., mensalão, Dollar na cueca, Aloprados, BNDES, Delúbio, Carequinha Marcos Valério, Marketeiro do Planalto Duda Mendonça, Jader Barbalho...etc, etc e tal, se for mesmo relatar todos vou passar dias digitando nome de picaretas (tenho certeza que dar mais de 300, Herbert Viana), e vejo que nenhum desses felás estão presos e ainda chamam isso de democracia, mas que democracia! E ainda querem que eu vote nesses caras nem que seja obrigado. Alegam que se eu não votar estarei beneficiando os bandidos, mas me mostrem pelo menos um que não tenha esquemas escusos? É uma lastima, caros amigos. No meio de um processo de prende e solta de um “pica grossa”, o Senado na surdina resolve criar mais de 90 Cargos com salários de 10 sem concurso publico. E ainda dizem que não podem divulgar o nome do Senador que elaborou o projeto, alegando que a população não entenderia. Realmente não entenderia...

“Até quando vamos ficar levando porrada, porrada?!?”

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Hedonista, muito prazer


Hedonista, muito prazer

Livro chama atenção para as coisas boas da vida.
E também para as ruins que podem ser muito boas


Mariliz Pereira Jorge

Se você não bebe, não fuma, não come comida gordurosa, não gasta mais do que ganha, faz exercícios regularmente e sexo idem, mas sempre seguro, pelo menos ache um tempinho para ler Manual do Hedonista, do americano Michael Flocker, que a editora Rocco acaba de lançar no Brasil. O livro não é exatamente uma obra de fôlego. Ao contrário, é ligeiríssimo em sua despretensiosa missão de ajudar pessoas muito ocupadas, muito apressadas e muito preocupadas – ou seja, a metade certinha da humanidade – a pelo menos dar umas boas risadas só em cogitar na possibilidade de relaxar e até cometer alguns excessos. "As pessoas passam a vida querendo ver a conta do banco crescer e esquecem que a vida está acontecendo agora, não daqui a dez anos ou quando se aposentarem. Vivem conectadas com o mundo, mas não consigo mesmas. Simplesmente esquecem de viver", disse Flocker a VEJA. Se for completamente impossível desacelerar e perder tempo com bobagens divertidas como o Manual do Hedonista, pelo menos passe os olhos pelas listas em que o autor resume sua filosofia, como as que ilustram estas páginas.

Para a filosofia propriamente dita, hedonismo é coisa séria. Suas raízes foram lançadas pelo filósofo grego Epicuro. Ele pregava que o objetivo de todos os atos é alcançar o prazer e, com ele, a alma tranqüila que permitiria viver numa espécie de estado superior. "É a busca dos prazeres simples e refinados para viver com sabedoria", define Marco Zingano, professor de filosofia antiga da Universidade de São Paulo. Apesar da moderação e até frugalidade da idéia original, o que se disseminou, nada surpreendentemente, foi uma espécie de degeneração do conceito – pensem em Roma e todos os seus abusos. Também nada surpreendentemente, o cristianismo se transformou numa espécie de bandeira anti-hedonista, sobretudo em suas variantes mais puritanas – pensem no protestantismo fundamentalista que está na raiz da formação americana. Flocker faz até brincadeira com as diferenças entre Estados Unidos e Brasil. "Primeiro, eu me perguntei se os brasileiros precisam mesmo de um livro que ensine como aproveitar a vida", diz. "Mas depois me dei conta de que Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, são como qualquer outra cidade grande do mundo e devem estar cheias de doidos correndo para cima e para baixo, que precisam desacelerar." Autor de outra pérola do gênero ligeiro, O Metrossexual – Guia de Estilo, Flocker diz que tenta seguir os próprios conselhos: jornada de trabalho de no máximo quarenta horas por semana e viagens turísticas no mínimo quatro vezes por ano, sempre com o celular desligado. "Ninguém é tão necessário que não possa ficar incomunicável", diz. Mas, como nada é perfeito, desde que lançou o livro não pára de trabalhar na sua divulgação, "sem tempo para fazer coisas muito mais divertidas".

HORA DE DESCONECTAR

Segundo o livro, bastam cinco identificações
com os sintomas abaixo para caracterizar a
necessidade de uma "intervenção hedonista"

• Você não lembra o telefone de ninguém porque todos os números estão programados no celular

• Manda mensagens eletrônicas para pessoas que estão sentadas na mesma sala

• Suas férias seguem um roteiro

• A idéia de uma semana inteira sem acesso à internet é apavorante

• Sente-se entediado em casa se a televisão estiver desligada

• Precisa assistir ao noticiário todo dia para ter certeza de que o mundo não vai acabar

• Pára para assistir a seriados que já viu inúmeras vezes

• É incapaz de sentar e ficar pensando em silêncio

• Suas conversas giram em torno da vida dos outros, não da sua

• Compra um sapato porque combina com seu iPod

DE PERDER O JUÍZO

Dez motivos para parar tudo e mergulhar
de cabeça no que a vida tem de melhor

• Tire férias sozinho. Você vai se conhecer melhor

• Apaixone-se perdidamente. Segurança emocional é coisa supervalorizada

• Visite os trópicos com alguém especial. Dure ou não, você nunca vai esquecer

• Acampe no deserto. Fuja da civilização e tudo ficará mais claro

• Faça um passeio de balão

• Passe uma semana longe de todos e faça tudo o que tiver vontade

• Dê-se uma festa de aniversário espetacular. Não precisa ser grande, só espetacular

• Monte o álbum de fotografias da sua vida. Vai ver que sua vida rende uma história

• Mande pintar seu retrato. Todo mundo merece ser imortalizado para a posteridade

• Deixe o passado para trás. Ele existe para ser lembrado, não para ficar preso a ele

DESACELERE

Dez passos infalíveis para libertar o hedonista
que existe dentro de você

• Sente-se num banco de jardim para ver a vida passar

• Balance-se numa rede, olhando as estrelas

• Flutue sobre as ondas do mar

• Faça uma caminhada sem rumo

• Leia um livro em total silêncio

• Cochile sob o sol

• Tome um banho de banheira à luz de velas

• Durma até não poder mais

• Estenda as preliminares

• Veja um filme sueco

E DAÍ?

Dez coisas que você não devia fazer.
Mas, quando faz, se diverte

• Beber até constranger os amigos

• Dormir até depois do meio-dia

• Comprar a crédito

• Fazer sexo com um ex

• Jogar

• Comer o que engorda

• Ligar para o trabalho e dizer que está doente

• Ficar acordado até tarde

• Fofocar

• Tramar uma vingança

DESAPEGUE-SE

Dez exemplos de coisas que parecem importantíssimas,
mas passam sem deixar vestígio

• Juventude

• Paixão

• Barriga tanquinho

• Emprego

• Problemas

• Importância profissional

• Relacionamentos

• Dívida

• Hemorróidas

• A vida

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Muito preocupados!


Se liguem na preocupação dos caras em sair na Caras... É muita cara de pau deles. Fala sério!!!

Mas creio que essa notícia poderá um dia mudar o mundo, sabia?




Eles ficaram fora da Caras na divulgação do casamento de Frank Aguiar

Os deputados federais Júlio César e Átila Lira, da cúpula política do Piauí, não tiveram seu lugar na revista Caras, na matéria que torna público a cerimônia do casamento do deputado e cantor Frank Aguiar.

Nas páginas da revista que desperta vaidades em todo o Brasil, apareceram somente Wellington Dias, Ciro Nogueira, João Vicente Claudino, ladeados por suas esposas, e o noivo ao lado da sua mulher.

A ausência dos parlamentares que compareceram ao evento, foi comentada em Brasília. A jusficativa é que não existia espaço para todo mundo, por isso, se divulgou os mais conhecidos e abonados.

No caso de César, nem o nome foi citado, que foi acompanhado da esposa.

Fonte:http://www.portalaz.com.br/noticia/brasilia/108338

segunda-feira, 21 de abril de 2008

DEPOIMENTO DE UM DROGADO




Oi, galera

faltou apenas ele falar do forró, hein? rsrsr

Um abraço e se liguem no belo texto.

Depoimento Emocionado de Luis Fernando Veríssimo Sobre Sua Experiência com as Drogas


Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de "experimenta, depois quando você quiser é só parar..." e eu fui na dele. Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de "raiz", da terra, que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do Chitãozinho e Xororó e em seguida um do "Leandro e Leonardo". Achei legal, uma coisa bem brasileira; mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais freqüente, comecei a chamar todo mundo de "amigo" e acabei comprando pela primeira vez. Lembro que cheguei na loja e pedi: - Me dá um Cd do Zezé de Camargo e Luciano. Era o principio de tudo! Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um Cd de Axé. Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve... Banda Eva, Cheiro de Amor, Netinho, etc. Com o tempo, meu amigo foi me oferecendo coisas piores: É o Tchan, Companhia do Pagode, Asa de Águia e muito mais...

Após o uso continuo eu já não queria saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer os quadris como eu nunca havia mexido antes, então, meu amigo me deu o que eu queria, um Cd do Harmonia do Samba. Minha bunda passou a ser o centro da minha vida, razão do meu existir. Eu
pensava só nesta parte do corpo, respirava por ela, vivia por ela! Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais. Comecei a freqüentar o submundo e correr atras das paradas. Foi a partir dai que começou a minha decadência. Fui ao show e ao encontro dos grupos Karametade e Só Pra Contrari ar, e até comprei a Caras que tinha o Rodriguinho na capa. Quando dei por mim já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro, meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo. Não deu outra: entrei para um grupo de pagode. Enquanto vários outros viciados cantavam uma musica que não dizia nada, eu e mais outros 12 infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados, sorriamos e fazíamos sinais combinados. Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e pedi a Coletânea "As melhores do Molejão". Foi terrível!!

Eu já não pensava mais!! Meu senso critico havia sido dissolvido pelas rimas miseráveis e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada. Mas a fase negra ainda estava por vir.
Cheguei ao fundo do poço ao limiar da condição humana, quando comecei a escutar popozudas, bondes, tigrões, motinhas e tapinhas. Comecei a ter delírios, a dizer coisas sem sentido. Quando saia a noite para as festas pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais estranhas que queriam me mostrar o caminho das pedras... Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado: a droga limpa.
Hoje estou internado em uma clinica. Meus verdadeiros amigos fizeram a única coisa que poderiam ter feito por mim.


Meu tratamento esta sendo muito duro: doses cavalares de Rock, MPB, Progressivo e Blues. Mas o médico falou que eu talvez tenha de recorrer ao Jazz, e até mesmo a Mozarth e Bach. Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde,por isso tapam a visão para as coisas boas e te oferecem drogas. Se você não reagir, vai acabar drogado: alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável, distante; vai perder as referencias e definhar mentalmente. Em vez de encher a cabeça com
porcaria, pratique esportes e, na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o seguinte:

* Não ligue a TV no domingo a tarde;
* Não escute nada que venha de Goiânia ou do interior de São Paulo;
* Não entre em carros com adesivos "Fui.....";
* Se te oferecerem um Cd procure saber se o indivíduo foi ao programa da
Hebe ou ao Sabadão do Gugu;
* Mulheres gritando histericamente é outro indicio;
* Não compre um Cd que tenha mais de 6 pessoas na capa;
* Não vá a shows em que os suspeitos façam passos ensaiados;
* Não compre nenhum Cd em que a capa tenha nuvens ao fundo;
* Não compre nenhum Cd que tenha vendido mais de um milhão de cópias no
Brasil, e
* Não escute nada que o autor não consiga uma concordância verbal mínima.

Mas principalmente, duvide de tudo e de todos.

A vida é bela!!!! Eu sei que você consegue!!! Diga não as drogas!!

Luis Fernando Veríssimo

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Estrelas ou Jardins


Estrelas ou Jardins


Fui eu quem levantou a questão do sofrimento dos doentes terminais e, com ela, a difícil questão da eutanásia.
Julgo-me, portanto, na obrigação de pensar essas questões sob o ângulo da ética.
Diariamente nos defrontamos com dilemas éticos porque eles fazem parte do cotidiano da vida.
Ética são os pensamentos que pensamos quando nos encontramos diante de uma situação problemática que nos pergunta:
"Que devo fazer para que a minha ação produza o maior bem possível ou o menor mal possível?"
Essa pergunta pode ser respondida de duas formas diferentes, dependendo da direção do nosso olhar.
Há um olhar que contempla as estrelas e descansa na sua eternidade, perfeição e imutabilidade.
Habitando ao lado das estrelas estão os valores éticos que foram criados mesmo antes que elas e gozam da sua imutabilidade.
Como se fossem "móveis" e "obras de arte" da mansão divina.
Quando surge um problema na terra os olhos procuram a resposta nos céus, morada da verdade eterna de Deus.
Há, entretanto, um outro olhar que não olha para as estrelas por preferir os jardins. Deus começou a sua obra criando as estrelas, mas terminou-a plantando um jardim...
A se acreditar nos poemas sagrados Deus ama acima de tudo, mais que as estrelas, o jardim.
Está escrito: "... e Deus passeava pelo jardim ao vento fresco da tarde..."
Deus ama mais os jardins porque ama mais a vida que as pedras.
Árvores, arbustos, flores são seres vivos.
Nelas não há nada que seja permanente.
Tudo muda sem parar.
Uma folha que estava verde seca e cai.
Uma planta que se planta hoje será arrancada amanhã.
Um galho onde um pássaro fez um ninho apodrece e tem de ser cortado.
O jardim, como a música, tem sua beleza nas constantes e imprevisíveis transformações.
Os astrônomos olham para os céus e podem determinar com precisão a verdade do astro que estão examinando.
Os jardineiros olham para o jardim e não podem determinar nada com precisão.
Porque a vida não é uma estrela.
O jardineiro não olha para as estrelas para decidir sobre o que fazer com o seu jardim.
Ele observa a paisagem, examina cada uma das plantas, o que foi verdade ontem pode não ser verdade hoje, vê as transformações, imagina possibilidades não pensadas, cria novos cenários...
A ética da Igreja Católica é a ética dos olhos que examinam as estrelas em busca da perfeição final eterna.
Não é por acidente que ela não tenha escolhido como símbolo para si mesma um jardim.
Ela escolheu como seu símbolo uma pedra: Petrus...
A ética que nasce da contemplação das estrelas resolve de maneira definitiva e absoluta os dilemas da vida. Nós, que vivemos no tempo ao lado dos jardins (efêmeros), ao nos defrontarmos com um dilema ético temos de nos perguntar:
"O que dizem as estrelas? Que valores estão eternamente gravados nos céus?"
Porque a tarefa dos homem é trazer para a terra a perfeição imutável dos céus.
A palavra eterna dos céus diz o que nós, seres do tempo, temos de fazer.
E assim se resolvem os problemas que a experiência vem colocando através da história:
o homossexualismo, o divórcio, a pesquisa com as células-tronco ( tantas vidas seriam salvas!), o aborto de fetos sem cérebro, a eutanásia.
Porque, examinados os astros, as respostas vieram prontas...
Rubem Alves