segunda-feira, 28 de julho de 2008

O ladrão de queijos e Daniel Dantas


O ladrão de queijos e Daniel Dantas

Atualizado em 24 de julho de 2008 às 17:00
Publicado em 24 de julho de 2008 às 16:59

por Laerte Braga

Olhando o noticiário dos jornais, revistas e das grandes redes de tevê, das emissoras de rádio cheguei à conclusão que os ladrões de queijo, falo daquele que pegou duas latas de queijo num supermercado e ia vender por 85 reais para comprar uma cesta básica, ou parte de uma cesta básica para si e a sua família têm que se organizar.

Simples de entender isso. Do contrário fica preso.

Sugiro uma assembléia geral de ladrões de galinha, de “criminosos” de pequeno porte, afinal a união faz a força e acho que já é tempo de começarem a buscar seus “direitos”. Eleger deputados, senadores, indicar ministros para o stf (a suposta suprema corte, mas que solta os grandes ladrões).

Latifundiários têm bancada à disposição. Grandes empresas contam com Daniel Dantas para fornecer toda a “infra-estrutura” necessária, desde campanhas como faz as dos tucanos (Serra, Alckmin, Aécio, etc). Ou com multinacionais tipo ALSTON, especialista em ganhar concorrências em governos tucanos, esses negócios assim meio que escondidos mas nem tanto. Só não saem na GLOBO. A rede faz parte do esquema.

Banqueiros, desnecessário dizer que são os senhores absolutos do mundo do crime dito legal. Pagam regabofes para juízes e desembargadores em resorts de alto luxo. Financiam seminários de magistrados, partidos, candidatos, o de sempre.

Os pequenos ladrões ficam à mercê da lei. Terminam nas prisões por terem roubado um ou dois queijos numa rede de supermercados que rouba do cliente todos os momentos ao não devolver o troco quebrado de um centavo, ou de dois, em flagrante violação à lei (mas a lei é deles).

É a reprodução da luta de classes no mundo do crime. Por que o irmão do senador CorrupTasso Jereissati pode entrar em grandes negócios no setor de telefonia, levar milhões do BNDES (dinheiro do FAT – FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR) e a moça que roubou um pote de manteiga numa padaria tem que ficar quase três anos presa?

Pior que isso, o senador Heráclito Fortes, dos DEMocratas (sócios menores do tucanato no mundo do crime legal), quer responsabilizar o delegado Protógenes Queiroz, da Polícia Federal, que cismou de cumprir a lei a revelia do presidente (putz!) do tal stf, o ex-advogado geral da União no governo FHV (Fernando Henrique Vende), gilmar mendes.

É a perfeição no mundo do crime. O delegado vai ser punido. O senador vai representar contra Protógenes, exigir o enquadramento do policial e pronto, fica restabelecida a honra das máfias que controlam o congresso, as instâncias superiores do judiciário (aquelas das quais Dantas disse não ter medo) e encurralam um presidente medroso e que faz pior que avestruz. Avestruz enfia a cara no chão para não ver, Lula chama gilmar para uma foto com tarso genro, aquele que disse que ia fundo doa a quem doer.

Por trás de tudo isso está o processo de privatização do Brasil. O controle do Estado brasileiro. A entrega do patrimônio público a grupos privados sem o menor compromisso com o País, mas garantidos pelo general Augusto Heleno que acha que a culpa é dos índios.

O tal capitalismo.

Os pequenos ladrões não podem ficar a descoberto. Se unidos serão muitos e terão condições de assegurar os seus “direitos”, na mesma proporção de Daniel Dantas, Fernando Henrique, José Serra, Salvatore Cacciola, Luís Eduardo Greenhalg, professor Luizinho, um monte de petistas atolados até a alma na corrupção e na sedução do poder.

No grande sanduba sabor PTSDB.

Tem para todo mundo.

É o trem mais simples do mundo: “ladrões de galinha do mundo uni-vos”. Elegem uma diretoria, fundam um ou dois partidos, elegem vereadores, deputados estaduais, deputados federais, senadores, governadores, ganham força para indicar ministros dos tribunais superiores e acabam promovendo a “justiça” do pequeno contra o grande.

Do contrário até os delegados vão parar na cadeia e aí vai ser esculhambação geral. O poder absoluto dos senhores do Estado. Dos acionistas.

Naji Nahas, quando casou um filho ou filha recebeu a fina flor do crime legalizado numa festa de arromba, recebia grana direto em pastas (Pastinha deve estar enlouquecido, é uma ou outra mísera propina…) e está aí, tranqüilo, lépido, fagueiro, sentindo-se injustiçado, perseguido.

Urge uma atitude antes que a situação chegue a um ponto irreversível e os ladrões de queijo para matar a fome não consigam a sobrevivência no modelo FIESP/DASLU. Ou antes que virem todos escravos/zumbis das VALE da vida, ou do “progresso” ARACRUZ.

Se quiserem dar uma bajulada, assim para iniciar uma tentativa de aproximação com os grandes e quem sabe um acordo (unidos serão fortes), podem eleger o Ermírio de Moraes patrono, presidente de honra vitalício. Ou o FHV. Convidar o gilmar mendes para redigir os estatutos da FNLG (FEDERAÇÃO NACIONAL DOS LADRÕES DE GALINHA), aprender logo essa prática do clube de amigos e inimigos cordiais que dominam e controlam o antigo Brasil.

E podem até neutralizar o risco Polícia Militar. Braço armado do crime legalizado.

Mas não pensem em convidar o Pastinha para a diretoria. Do contrário hotel vira sede superfaturada, merreca vem em notinha de troféu de sinuca, montagens porcas são feitas no escuro da maledicência travestida de bonzinhos ajudadores e ai deixa de ser associação de pequenos ladrões, ou a FNLG para desmoralizar mais ainda a categoria de bandidos de pequeno porte, digamos assim, no estilo politicamente correto. Vira pó de traque.

Caso consigam superar obstáculos e dificuldades são capazes até de conseguir vaga no seio patriótico dos tucanos, dos DEMocratas e um bando de setores do PT.

Qualquer dúvida o general Heleno garante. Prende e arrebenta os índios e fala em democracia, progresso e pronto, fica tudo resolvido na hora do JORNAL NACIONAL.

No final das contas, algemas? Só para delegados que teimarem em cumprir a lei.



Dica de Blog: http://blogdoprotogenes.com.br/

sábado, 19 de julho de 2008

Por que Lula entrou na crise


Olá, caros amigos...segue o resumo da novela Daniel Dantas... Essa o SBT deveria comprar tbm, pois renderia bons lucros. O daniel Dantas tá mais famoso que a Juma....rsrsrsr.Na verdade minha vontade era de falar da muie melancia, mas infelizmente o DD e O delegado da PF estão mais em alta...rsrsrsr.

Bem, das noticias que andei lendo sobre esse contraditório caso, essa matéria foi a que achei mais completa. Consegue Ligar muitos elementos. Se liguem como a coisa + ou - funciona.



Por que Lula entrou na crise

As razões políticas e econômicas que levaram o presidente a intervir no caso policial do banqueiro Daniel Dantas
Guilherme Evelin, Ricardo Amaral, Andrei Meireles e David Friedlander
Maurício Lima
DEIXA COMIGO
O presidente Lula faz uma saudação. Na semana passada ele deu bronca no delegado da PF e interveio pessoalmente no caso Dantas
Revista Época

A primeira reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à operação Satiagraha, deflagrada há duas semanas, foi positiva. Ele estava em Tóquio. Foi informado sobre a ação que levara o banqueiro Daniel Dantas à cadeia. Disseram-lhe que era “bastante consistente”. O informe seguinte, mais detalhado, já incorporava a avaliação de que a Polícia Federal cometera “certos exageros”. Ainda assim, o relato celebrava o mérito da ação no combate ao crime. Lula começou a ficar preocupado em seguida, com a descoberta de diálogos inconvenientes entre Gilberto Carvalho, seu secretário particular, e o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, um petista histórico atuando a serviço de Dantas. Na semana passada, avisado de que o delegado Protógenes Queiroz, chefe da operação, abandonara o caso vazando a versão de que fora pressionado a fazer isso, Lula decidiu entrar em ação. Deu uma maldisfarçada bronca pública no policial. Foi uma cena inédita, mesmo para um país que já viu de tudo em matéria de confusões políticas. Um presidente entrava em confronto com um delegado.

Sem conseguir esconder desconforto e irritação, Lula parou diante de uma multidão de repórteres e praticamente desafiou Protógenes – um delegado com extensa folha de serviços prestados à PF (leia mais sobre Protógenes) – a dizer de que lado estava a verdade. Disse que ele tinha o dever moral de continuar no caso, “a não ser que diga publicamente que não quer”, e que o delegado não pode “é vender insinuações à sociedade”. Protógenes deixou o cargo diante de um dilema criado para ele por seus superiores. Para continuar, deveria dar dedicação exclusiva à conclusão do inquérito e desistir de um curso que lhe renderia mais R$ 2 mil por mês. Protógenes optou pelo curso. O mais surpreendente foi a atitude de Lula. Não fica bem para um presidente dar palpite em público sobre o comportamento de funcionários de escalão inferior. O presidente nomeia seus auxiliares principais, dá ordens, demite. Lula sabe muito bem disso. Em quase seis anos de governo, ele procurou manter uma distância profilática em relação aos escândalos que envolveram seus assessores próximos e pessoas ligadas a ele.

Por que, então, Lula resolveu se envolver diretamente nessa história? De acordo com auxiliares e políticos que participam da rotina do presidente Lula, a reprimenda pública ao delegado de polícia foi motivada por três preocupações:


1) o desligamento de Protógenes poderia ser interpretado como um acerto subterrâneo para beneficiar Daniel Dantas e prejudicar a altíssima popularidade de Lula, seu bem mais precioso;


2) o receio de que a investigação se transforme num processo incontrolável, capaz de atingir o governo com a descoberta de auxiliares do presidente em movimentos para prestar favores ao grupo de Dantas;


3) o risco de que a confusão sirva para contestar a fusão das operadoras de telefone Brasil Telecom e Oi/Telemar, uma das prioridades do segundo mandato do governo Lula (clique aqui e leia mais).


Wilton Junior
RISCO
O advogado e ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh. Petista histórico, ele atuou em defesa dos interesses de Daniel Dantas

Um deputado petista com trânsito no Palácio do Planalto relata que, desde que a crise deixou de ser um drama exclusivo de Dantas, Lula trabalha para aumentar o controle sobre as investigações da PF. Ele não quer confusão, porque sabe que a crise só tem um destino: aproximar-se do governo. Por isso, Lula reagiu tão mal ao que lhe dissera o ministro da Justiça, Tarso Genro: o próprio Protógenes passara a jornalistas a versão de que sofrera pressões de seus superiores para sair da investigação. Com seu conhecido talento para identificar a qualquer distância ameaças a sua popularidade, Lula primeiro deu a bronca em Protógenes. Na seqüência, tratou de desmenti-lo. Depois de ouvir de Tarso a garantia de que a gravação da reunião onde foi decidido o destino de Protógenes, entre ele e o comando da Polícia Federal, demonstraria que o próprio Protógenes decidira retirar-se da função, Lula aprovou a divulgação da fita. Essas ações procuraram evitar o desgaste da imagem do governo, transformando Protógenes de perseguido em desertor.

O governo parece ter vencido o primeiro lance com o afastamento do imprevisível delegado. Mas ainda há o inquérito da Operação Satiagraha. Como o trabalho de Protógenes beirou a clandestinidade dentro da própria PF, ninguém tem idéia de todas as conversas captadas pelas escutas telefônicas ou do material que os federais já capturaram. Amigos de Protógenes dizem que ele adotou na operação uma estratégia usada com freqüência por policiais e procuradores da primeira instância: excluir do inquérito gravações telefônicas e documentos relativos a quem tenha foro privilegiado, como ministros e parlamentares. Dessa forma, ele evitaria que o inquérito subisse para o Supremo Tribunal Federal (STF) e manteria o controle da apuração nas mãos de juízes e procuradores aliados.


Para ampliar o suspense, as operações de busca recolheram material com potencial de estrago ainda desconhecido. Eis o que ainda resta para a PF apurar:

  • um conjunto de discos rígidos de computador e CDs escondido atrás de uma parede falsa na biblioteca do apartamento de Dantas, como ÉPOCA antecipou na semana passada;
  • um bunker lotado de documentos na casa do investidor Naji Nahas, acusado de envolvimento nos crimes financeiros;
  • listas com o nome daqueles que teriam recebido dinheiro ou viriam a ser abordados com o mesmo propósito, encontradas no apartamento de Humberto Braz, o braço direito de Dantas (leia a reportagem).

Partido Telefônico
As relações dos petistas graúdos com as empresas de telefonia
Givaldo Barbosa
LUIZ GUSHIKEN,
ex-ministro
O inimigo de Dantas
Petista histórico, Gushiken atuava pelos interesses dos bilionários dos fundos de pensão de funcionários públicos. Seu maior aliado, Sergio Rosa, da Previ, era seu companheiro de militância sindical. Gushiken atravessou o primeiro mandato de Lula em guerra com Daniel Dantas, que enfrentava os fundos e queria comandar a Brasil Telecom sozinho. Dantas foi forçado a deixar o negócio. Mas os fundos também foram derrotados, pois discordavam da venda da Brasil Telecom para a Oi
Glaucio Dettmar
JOSÉ DIRCEU, ex-ministro
Aposta errada
Dirceu poderia ser acusado de “dupla militância”. O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, seu grande amigo, embolsou R$ 8 milhões para ajudar Dantas na guerra pelo controle da Brasil Telecom. Dirceu foi identificado com esse grupo. Mas ele também tinha outra aposta: a Claro, do mexicano Carlos Slim, outro grande amigo. Caso ela se tornasse a número um do país, Dirceu seria o político mais próximo do “rei”. A Claro perdeu terreno com a fusão da BrT com a Oi
Agência Brasil
LULA, presidente
O entusiasta da fusão
Lula é um dos maiores partidários da fusão da Brasil Telecom-Oi, afastando Dantas dos negócios e formando uma supertelefônica companhia com 30% do mercado de telefonia e internet, empatada com a Telefônica-Vivo. Lula mobilizou verbas do BNDES e se dispõe a assinar um decreto para garantir o nascimento da empresa. Ela deverá atuar em todos os Estados brasileiros, com exceção da telefonia fixa em São Paulo. Terá 22 milhões de clientes na telefonia fixa, 19 milhões na telefonia celular e 3 milhões na banda larga
No centro dos temores do governo encontra-se Luiz Eduardo Greenhalgh, petista do círculo de confiança de Lula. Desde a descoberta de que era alvo de investigação de Protógenes, que chegou a pedir sua prisão, Greenhalgh não dá entrevistas e conversa com poucos interlocutores. Aos amigos que perguntam se o governo deveria aguardar por novos constrangimentos por sua atividade como advogado de Dantas, Greenhalgh simplesmente responde que recorda pouca coisa sobre seus diálogos, o que deixa o PT apavorado. Lobistas, assessores parlamentares e veteranos políticos de Brasília sabem o risco que Greenhalgh representa para o governo.

Embora não seja definido como político desonesto, desses que desviam recursos públicos para a própria conta, ele tem uma incrível capacidade para fazer inimigos – mesmo carregando ainda a aura do passado na luta contra a ditadura. Desde a redemocratização, não foram poucas as confusões em que Greenhalgh se meteu. Ele foi apanhado com um cheque para o caixa dois da campanha de Lula em 1989, num episódio conhecido como caso Lubeca. Na época, o caso foi considerado um acidente de percurso num mundo político habituado a gastos por baixo do pano em qualquer legenda, para qualquer candidato.

O que se teme em Greenhalgh é sua autoconfiança excessiva, comportamento de quem costuma se considerar capaz de dar conta de tarefas que nem sempre estão a seu alcance – e que podem produzir problemas. “Ele é aquele tipo que adora aceitar missões que não pode cumprir”, diz um velho amigo. Foi assim quando aceitou disputar a presidência da Câmara dos Deputados, em 2005. Não tinha maioria de votos nem no próprio partido. Sua derrota abriu as portas para a vitória de Severino Cavalcanti.

No fim do ano passado, abrigado na equipe de advogados de Dantas, Greenhalgh encontrou-se com Lula e pediu seu aval. “Só estou nessa porque o presidente autorizou”, disse a um amigo, quando ficou evidente que, apesar da boa vontade do governo, Dantas estava na mira da PF. Em teoria, o criminalista Greenhalgh seria um personagem adequado para limpar um passivo de acusações e conflitos entre Dantas e seus sócios na Brasil Telecom. Também poderia servir como um elo entre Dantas e um governo que pretendia aplainar o caminho para colocar de pé a fusão da Brasil Telecom com a Oi/Telemar. Seus honorários de R$ 650 mil podem decepcionar os velhos amigos petistas. O problema é que ele foi além. Surgiram gravações em que o criminalista Greenhalgh aparece envolvido em negociações financeiras de vulto – o que está longe de ser sua especialidade. A partir de seus contatos no PT e no governo, Greenhalgh buscou ter acesso a informações sigilosas sobre a investigação em torno do Opportunity. Essa é a gravidade de seus contatos com Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, a quem pediu informações sobre o inquérito.

O receio no governo é que ele não tenha limitado esses pedidos a Gilberto Carvalho, que demonstrou postura cooperativa segundo os grampos telefônicos. Observadores do Planalto dizem que Greenhalgh pode ter feito pedidos análogos a outros personagens. Carvalho teria ajudado “no necessário”. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, teria tido contato com interlocutores de Dantas para ajudar na parte governamental da fusão da BrT com a Oi.

A investigação de Protógenes seguia por esse caminho. Um dos relatórios da operação deixa claro que a equipe comandada pelo delegado Protógenes pretendia desdobrar o inquérito sobre Dantas para uma investigação sobre a fusão das duas companhias. Nas tratativas para a formação da Supertele, a equipe de Protógenes vê “diversos indícios de ocorrência de delitos contra o mercado de capitais e de evasão de divisas”. Em seu estilo vago, o delegado não esclarece, porém, quais são os indícios de delitos no negócio, visto por muitos como uma forma oblíqua de o governo voltar a controlar as telecomunicações. A entrada de Greenhalgh, como advogado bem remunerado por Dantas, coincide com o avanço das negociações no governo para a criação da Supertele.

Para a fusão da BrT com a Oi ser concretizada, alguns obstáculos precisam ser removidos. O primeiro é a legislação. Pelas regras de funcionamento do mercado de telefonia, estabelecidas antes da privatização do setor em 1998, a telefonia fixa do país foi dividida em três regiões, e a presença de um mesmo controlador em mais de uma área é proibida. Essa proibição não foi revogada, mas o governo já anunciou que está empenhado nessa tarefa. O segundo obstáculo era a presença de Dantas no comando da BrT. Depois de inúmeros conflitos com os fundos de pensão de empresas estatais, com a Telecom Italia e o Citigroup, seus sócios na empresa, Dantas deixou a BrT em abril deste ano. Sua saída começara a ser esboçada em maio de 2006, momento em que a tensão no relacionamento entre Dantas e o Palácio do Planalto atingira seu ponto máximo.

Na ocasião, a revista Veja publicara uma reportagem sobre um material de conteúdo supostamente explosivo que estaria nas mãos de Dantas. Seriam documentos – que depois se revelaram falsos – sobre contas bancárias no exterior, supostamente movimentadas pelo presidente Lula, pelo então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, pelo então chefe da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e por outros figurões do governo. Na mesma semana, Dantas e Thomaz Bastos se encontraram num jantar na casa do senador Heráclito Fortes (DEM-PI). A conversa teve três testemunhas: o dono da casa, amigo de Dantas, e os deputados petistas Sigmaringa Seixas (DF) e José Eduardo Cardozo (SP), levados ao encontro por Thomaz Bastos. No jantar, além de negar que estivesse por trás do dossiê, Dantas deu o primeiro sinal de que estava disposto a deixar a BrT. “Eu saio, eu quero ir embora”, teria dito Dantas a Thomaz Bastos. Em 2007, Dantas conformou-se em deixar a BrT e passou a jogar para sair de bolso forrado (ele vai embolsar cerca de R$ 1 bilhão pela venda de sua participação acionária).

É fácil entender por que o governo sempre preferiu ver Dantas longe das teles. “Daniel é um empresário brilhante, mas não entendeu que o Brasil mudou”, diz um antigo executivo do grupo Opportunity. De acordo com ele, Dantas jamais conseguiu compor-se com os sócios que tinham a maior parte do capital – os fundos de pensão. Não aceitava sugestões para tocar o negócio e encarava com desconfiança pleitos como o direito de grandes acionistas de nomear pessoas de confiança para postos-chave. Ele cultivou lutas e confrontos, ao contrário de Carlos Jereissati e Sergio Andrade, os donos da Telemar. Jereissati e Andrade têm laços diversos com o governo Lula e são velhos financiadores de campanhas do PT, diferentemente de Dantas, que chegou a usar a logística da BrT para servir aos políticos do antigo PFL, hoje DEM, e só mostrou interesse em ajudar o PT quando as chances de chegar ao poder estavam próximas.

Danilo Verpa
ELE VIROU RÉU
O banqueiro Daniel Dantas, preso e solto duas vezes em quatro dias. A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público por tentativa de suborno

Por causa desse comportamento, logo no começo do governo Lula, Dantas ganhou um inimigo no círculo íntimo do presidente: o ex-ministro Luiz Gushiken, que detinha grande poder sobre os fundos de pensão. A rivalidade entre os dois cresceu depois da acusação, em 2004, de que Dantas, por meio da empresa Kroll, montara uma rede de espionagem que tinha Gushiken como um de seus alvos. Herdeiras de mercados milionários, as telefônicas sempre fizeram questão de aproximar-se do PT e do governo Lula. Para minar a barreira construída por “China”, o apelido de Gushiken, Dantas ensaiou diversos movimentos de aproximação. Entre 2003 e 2005, contratou o advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, para fazer uma “consultoria”, por R$ 1,2 milhão. Também contratou, por R$ 8 milhões, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, amigo do então todo-poderoso ministro José Dirceu. Tentou ainda ficar amigo do PT por meio do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e do lobista Marcos Valério, os organizadores do esquema de financiamento ilegal de campanha e compra de votos no Congresso, conhecido como mensalão.

Por seu comportamento, Dantas ganhou um
inimigo no círculo íntimo de Lula: Luiz Gushiken

Por vias laterais, Dantas se aproximou do próprio Dirceu, de Antônio Palocci, então ministro da Fazenda, e de Thomaz Bastos. Dirceu, Palocci e Thomaz Bastos estiveram algumas vezes – em torno de dez – com Dantas em conversas reservadas. Nos três casos, fora da agenda oficial. Nenhum deles queria manter conversas com o banqueiro oficialmente, por causa da pressão de Gushiken, que tinha grande prestígio com Lula.

As razões do medo
O material apreendido na Operação Satiagraha põe terror em quem teve relações estreitas com o grupo de Daniel Dantas e Naji Nahas
Revista Época
A polícia encontrou um fundo falso atrás de uma estante de livros na casa de Dantas. No esconderijo, estavam sete discos rígidos de computador com informações que ultrapassam a capacidade de cem computadores caseiros Na residência de Naji Nahas, os policiais federais se surpreenderam ao descobrir um bunker no subsolo da casa. Lá havia listas e documentos sobre operações financeiras Entre os objetos apreendidos na casa de Humberto Braz havia uma relação de nomes de pessoas e números. Há suspeita de que essa seja uma lista de propinas pagas ou oferecidas a autoridades

Todo esse jogo complexo de segredos políticos e empresariais ajuda a entender por que é tão importante para o governo controlar a investigação da Operação Satiagraha e o conflito de facções na Polícia Federal. Diretores da PF e aliados do delegado Protógenes confirmam que ocorreu um confronto aberto nos bastidores da operação. Na versão dos amigos de Protógenes, seus chefes em Brasília teriam entrado em pânico quando souberam que, entre os alvos da operação, estava Greenhalgh. Queriam saber se ele estaria entre os presos. Protógenes, até horas antes da operação, desconversava. De acordo com seus chefes, a preocupação com Greenhalgh era um delírio de Protógenes.


Ricardo Marques
FAZENDO AS PAZES
A reunião do presidente do STF, Gilmar Mendes (à esq.), com o ministro Tarso Genro (à dir.), mediada por Lula em Brasília

A disputa interna na PF tem raízes também na troca de comando mal resolvida dentro da corporação. Protógenes é ligado ao delegado Paulo Lacerda, ex-diretor da PF e atual chefe da Agência Brasileira de Informação (Abin). Antes de sair da PF, Lacerda escolhera Protógenes Queiroz para chefiar a investigação sobre Dantas. Quando mudou de cargo, Lacerda pediu a seu sucessor, Luiz Fernando Corrêa, para manter Protógenes no caso. Durante a investigação, Protógenes entrou em conflito com a equipe de Corrêa. Tudo isso fez do afastamento de Protógenes da investigação sobre Dantas uma operação politicamente delicada.

As divisões da PF mostraram outra vulnerabilidade do Planalto. O presidente está sem um articulador político, capaz de funcionar como anteparo em momentos de crises. Isso obrigou o próprio Lula a intervir diretamente nessa crise. O ministro Genro acredita que tem possibilidades de disputar a sucessão de Lula em 2010, como o candidato do governo. Agiu no caso mais preocupado com seu futuro político. De olho em possíveis dividendos eleitorais, Genro, mesmo condenando a “espetacularização” da Operação Satiagraha, engajou-se num conflito desnecessário com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em torno das operações da PF (leia mais sobre a crise desencadeada na Justiça pela Operação Satiagraha). Para apaziguar os ânimos entre o Executivo e o Judiciário, Lula foi o anfitrião de um encontro, na semana passada, entre Genro, Mendes e o ministro da Defesa, Nelson Jobim.

Com Tarso envolvendo-se em brigas com o STF, quem
voltou a circular foi o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos

Enquanto Genro se envolvia em brigas públicas com o STF, quem voltou a circular de maneira discreta, em Brasília e no Planalto, na semana passada foi o ex-ministro Thomaz Bastos. No primeiro mandato de Lula, ele firmou reputação como especialista em esfriar crises e reduzir danos em escândalos políticos. Embora ele negue, atribui-se a Thomaz Bastos a sugestão para que Lula falasse publicamente sobre a saída de Protógenes do comando da investigação de Dantas. No mesmo dia, Thomaz Bastos encontrou-se de manhã no Planalto com o chefe de gabinete Gilberto Carvalho, que havia interrompido suas férias para ajudar a administrar a crise.À noite, esteve com o delegado Lacerda, com quem trabalhou no primeiro mandato de Lula.

A habilidade de Thomaz Bastos para desativar bombas políticas ainda pode ser necessária ao Planalto. ÉPOCA ouviu de um integrante do governo Lula com ligações com Dantas que o banqueiro estuda a possibilidade de pedir asilo no exterior. Há anos, ele se diz perseguido politicamente. Segundo esse integrante do governo, Dantas acredita agora ter encontrado os fundamentos para o pedido de asilo na peça de investigação feita pelo delegado Protógenes.

Os HDs de Dantas
Todas as etapas da investigação contra o banqueiro
2004
A Operação Chacal da PF, sobre uma rede de espionagem criada por Dantas, apreende um disco rígido de computador (HD) na sede do banco Opportunity. Nele há dados sobre brasileiros que supostamente teriam dinheiro no Opportunity Fund, nas Ilhas Cayman. Como o fundo é exclusivo para estrangeiros, as aplicações seriam ilegais. O HD é analisado com autorização do STF
2005
Dantas é investigado no escândalo do mensalão. Suas empresas fizeram depósitos de R$ 4 milhões em empresas do publicitário Marcos Valério, um dos operadores do esquema de caixa dois do PT e suposta compra de votos no Congresso
2006
Apesar de indiciado pela CPI dos Correios, Dantas não é incluído entre os 40 denunciados pelo procurador-geral da República no esquema do mensalão. As investigações sobre Dantas vão para o Ministério Público Federal. Com autorização da Justiça, o MP e a PF abrem o HD e iniciam, de forma sigilosa, outra investigação
abril de 2008
O jornal Folha de S.Paulo publica reportagem sobre a existência do inquérito na PF contra Dantas
junho de 2008
Dois homens ligados a Dantas – Humberto Braz e Hugo Chicaroni – tentam subornar um delegado da PF. Segundo a polícia, eles oferecem US$ 1 milhão em troca da exclusão de Dantas, sua irmã e um sobrinho das investigações
8 de julho de 2008
A PF deflagra a Operação Satiagraha. Prende Dantas (acusado de formação de quadrilha, evasão de divisas, corrupção ativa, gestão fraudulenta e concessão de empréstimos vedados) e outras 23 pessoas. Faz buscas em escritórios e na casa do banqueiro. Entre os objetos apreendidos, conforme revelado por ÉPOCA, estão sete HDs encontrados atrás de uma parede falsa no apartamento de Dantas, no Rio
9 de julho de 2008
O presidente do STF, Gilmar Mendes, concede habeas corpus a Dantas e a outros dez presos
10 de julho de 2008
Solto pela manhã, Dantas volta à cadeia à tarde, depois que o juiz federal Fausto De Sanctis expede novo pedido de prisão. A justificativa para o novo pedido de prisão era a confissão de Chicaroni, que confirmou à PF que trabalhava para Dantas ao tentar subornar um delegado
11 de julho
Gilmar Mendes concede novo habeas corpus a Dantas
13 de julho
Humberto Braz, braço direito de Dantas e também acusado de tentar subornar o delegado, se entrega
14 de julho
Lula condena o uso de algemas e considera a Operação Satiagraha sensacionalista
15 de julho
O delegado-chefe da Satiagraha, Protógenes Queiroz, e outros dois colegas saem do caso. Mendes nega habeas corpus a Humberto Braz e Hugo Chicaroni
16 de julho
Lula intima Protógenes a continuar nas investigações ou a dizer publicamente que não foi forçado a sair. O juiz De Sanctis recebe a denúncia do MP contra Dantas, Braz e Chicaroni. Eles viram réus
17 de julho
A PF divulga trechos da reunião em que foi decidido o afastamento de Protógenes. Nas gravações, o delegado diz que não quer presidir o inquérito. Os dois delegados assistentes que também tinham saído das investigações são convidados a voltar



Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI8391-15223-1,00-POR+QUE+LULA+ENTROU+NA+CRISE.html

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Nossa Justiça?!?!?

Pra falar no Gilmar, o ministro do jeitinho, vejam esse vídeo do figura.


http://www.youtube.com/watch?v=bIpj-n2R-f4

Vou colocar tbm um vídeo do Jabor...


http://www.youtube.com/watch?v=8619u-x2a9Y

quinta-feira, 10 de julho de 2008

BRASIL, MEU BRASIL BRASILEIRO!

BRASIL, MEU BRASIL BRASILEIRO!

Bom, nobres amigos, como as eleições esta se aproximando, agora até as eleições, direcionarei meus posts para as bizarrices de nossos políticos. E para dar inicio a esse processo, não poderia deixar de comentar sobre os últimos acontecimentos: Prisão de Daniel Dantas e o carnaval antecipado dos senadores. Senado contratará, sem concurso, mais de 90 servidores com salários a R$ 9 mil, é mole? Para quem estuda isso é um estimulo e tanto.

Pow, após toda essa palhaçada de prende e solta Daniel Dantas(DD) resolvi fazer uma retrospectiva, não muito longa, da corrupção no Brasil: Começa com a palhaçada do Sarney presidente, depois veio Collor, F.HC., mensalão, Dollar na cueca, Aloprados, BNDES, Delúbio, Carequinha Marcos Valério, Marketeiro do Planalto Duda Mendonça, Jader Barbalho...etc, etc e tal, se for mesmo relatar todos vou passar dias digitando nome de picaretas (tenho certeza que dar mais de 300, Herbert Viana), e vejo que nenhum desses felás estão presos e ainda chamam isso de democracia, mas que democracia! E ainda querem que eu vote nesses caras nem que seja obrigado. Alegam que se eu não votar estarei beneficiando os bandidos, mas me mostrem pelo menos um que não tenha esquemas escusos? É uma lastima, caros amigos. No meio de um processo de prende e solta de um “pica grossa”, o Senado na surdina resolve criar mais de 90 Cargos com salários de 10 sem concurso publico. E ainda dizem que não podem divulgar o nome do Senador que elaborou o projeto, alegando que a população não entenderia. Realmente não entenderia...

“Até quando vamos ficar levando porrada, porrada?!?”