quinta-feira, 6 de maio de 2010

Em Tempos de eleição...

Amigos, segue o vídeo ideal para qlqr um v antes de votar.




Isso ajuda ou atrapalha? Desde de cedo aprendi, sempre q me deparo com alguns acontecimentos, a fazer as seguintes perguntas: Qm ganha com isso? Isso interessa a qm? Princípios interessantes que incorporei do direito...

Salipi

Você é realmente você mesmo?





Você é realmente você mesmo?



OSHO - The Hidden Splendor - Cap. 15
Tradução: Sw. Bodhi Champak





Querido Osho,
Quando estou só e leio seus livros ou ouço suas fitas, eu me sinto imensamente feliz, choro e danço sozinho. Mas eu não consigo expressar meus sentimentos na presença dos outros, embora eu queira muito fazer isso. Por favor, diga-me o que fazer.
"Kishor Bharti, este é um dos problemas humanos básicos, porque toda a nossa educação cria uma divisão na nossa própria mente. Você tem que mostrar uma face para a sociedade, para a multidão, para o mundo – ela não precisa ser a sua face verdadeira; na verdade ela não deve ser a sua face verdadeira. Você tem que mostrar a face que as pessoas gostam, que as pessoas apreciam, que seja aceitável para elas – para suas ideologias e suas tradições – e a sua face original, você tem que guardá-la para si mesmo.
Essa divisão o torna muito desconectado porque a maior parte do tempo você está na multidão, encontrando pessoas, se relacionando com pessoas – muito raramente você está só. Naturalmente, as máscaras se tornam muito mais parte de você do que a sua própria natureza.
E a sociedade cria um medo em todo mundo: o medo da rejeição, o medo de que alguém possa rir de você, o medo de perder a respeitabilidade, o medo do que as pessoas dirão. Você tem que se ajustar a todo tipo de pessoas cegas e inconscientes. Até agora, esta tem sido a nossa tradição básica em todo o mundo: não se permite a ninguém ser ele próprio. E é por causa disso que o problema surge – este é um problema de todo mundo.
Você está perguntando, 'Quando estou só e leio seus livros ou ouço suas fitas, eu me sinto imensamente feliz, choro e danço sozinho. Mas eu não consigo expressar meus sentimentos na presença dos outros, embora eu queira muito fazer isso. Por favor, diga-me o que fazer'
No momento em que o outro está na sua frente, você está pouco preocupado consigo mesmo; você está mais preocupado é com a opinião que ele terá a seu respeito. Quando você está só no seu banheiro, você se torna quase igual a uma criança – algumas vezes você faz caretas diante do espelho. Mas se você de repente percebe que está sendo observado pelo buraco da fechadura, até mesmo por uma criancinha, imediatamente você muda: você volta novamente ao seu velho e comum ego – sério, sóbrio, como as pessoas esperam que você seja.
E a coisa mais incrível é que você tem medo daquelas pessoas e elas têm medo de você – todo mundo tem medo de todo mundo. Não se permite a ninguém seus sentimentos, sua realidade, sua autenticidade – mas todo mundo quer isso, porque é um ato muito suicida continuar reprimindo a sua face original.
Você não está vivendo; ao contrário, você está simplesmente representando. E porque todo mundo está observando, os seus prolongados séculos de inconsciência o puxam para trás: não se expresse, não saia das máscaras de sua personalidade. Todo mundo está se escondendo atrás de alguma coisa falsa – isso machuca.
Ser desonesto e hipócrita consigo mesmo é a pior punição que você pode se dar.
E você não vai fazer algo prejudicial a quem quer que seja – você simplesmente quer chorar e suas lágrimas serão de alegria; você quer dançar e isto não é pecado, nem é crime. Você simplesmente quer compartilhar a sua felicidade – você está sendo generoso. Apesar disso, o medo é de que as pessoas possam não aceitar a sua felicidade. Alguém pode dizer que ela é falsa, que você está apenas representando, podem dizer que você está hipnotizado.
Uma coisa estranha é que se você está miserável, ninguém lhe diz coisa alguma, você está perfeitamente encaixado. Mas onde todo mundo é miserável, você fica fora de sintonia com a multidão se, de repente, começar a dançar.
Você quer expressar a sua alegria, mas não é corajoso o suficiente para estar só... Mas, na verdade, quem vai se importar? No máximo, talvez as pessoas pensem que você está um pouco maluco, e uma vez que elas aceitem que você está um pouco maluco, então não há do que ter medo.
O que há de errado em ser chamado de maluco? O mundo tem conhecido tantas pessoas malucas bonitas... Na verdade, todas as grandes pessoas no mundo têm sido um pouco malucas – malucas aos olhos da multidão.
Elas expressaram suas maluquices porque elas não eram miseráveis, eles não estavam na ansiedade, não tinham medo da morte, não se preocupavam com trivialidades. Elas estavam vivendo cada momento com totalidade e intensidade, e por causa dessa totalidade e intensidade, suas vidas se tornaram lindas flores – cheias de fragrância, amor, vida e riso.
Mas isto certamente machuca milhões de pessoas que estão ao seu redor. Elas não podem aceitar a idéia de que você alcançou alguma coisa que elas perderam. Elas tentarão de toda maneira tornar você miserável, para destruir a sua dança, para tirar a sua alegria – de modo que você possa voltar novamente ao rebanho.
É preciso reunir coragem. E se as pessoas disserem que você está maluco, curta a idéia. Diga a elas, 'Vocês estão certos; neste mundo somente as pessoas malucas podem ser felizes e alegres. Eu escolhi a loucura com alegria, com felicidade, com dança; vocês têm escolhido a sanidade com miséria, angústia e inferno – nossas escolhas são diferentes. Seja são e permaneça miserável; mas deixe-me só na minha loucura. Não se sintam ofendidos; eu não estou me sentindo ofendido por vocês – tantas pessoas sãs no mundo e eu não estou me sentindo ofendido.'
Isto é apenas uma questão de pouco tempo. Uma vez que eles o aceitem como sendo maluco, logo deixarão de se preocupar com você; então você poderá entrar na luz completa com seu ser original – você pode abandonar todas as suas falsidades.
Eu era um estudante da universidade... Eu não escolhi a universidade por ela em si, mas por causa de um professor que era muito vivo, muito cheio de amor e sem medo do mundo. Eu escolhi o professor e ele estava naquela universidade. Ele convidou-me a entrar na universidade em que ele lecionava... E ele disse que facilitaria tudo que fosse possível para mim.
Ele me amava imensamente porque todos os anos eu costumava ir àquela universidade para uma competição de debates entre universidades; por quatro anos consecutivos eu fui o vencedor. No primeiro ano ele era um dos juízes. Ele chamou-me de lado e disse, 'Eu não posso dizer isto para as outras pessoas, mas eu também não consigo guardar só para mim. Eu só posso dizer isto para você: eu lhe dei a pontuação de noventa e nove por cento no debate, e eu sinto muito porque eu queria ter-lhe dado cem por cento. Mas, eu não tive coragem, porque as pessoas poderiam pensar que eu estava comprometido, que eu estava favorecendo. Eu fiquei com medo. Mas, perdoe-me por ter tirado um por cento da pontuação que era sua.'
Todo ano ele era um dos juízes e no quarto ano, quando eu me graduei, ele me convidou para entrar na universidade para minha pós-graduação. Eu lhe disse. ' Eu estou vindo aqui apenas por sua causa.'
No primeiro dia ele levou-me ao vice-reitor e no caminho me disse, 'Não entre em qualquer discussão – porque este homem, o velho vice-reitor, é muito teimoso e é preciso ser muito diplomático com ele.'
Eu disse, 'Você pode ser diplomático com ele, eu simplesmente vou ser eu mesmo.'
Ele disse, 'O que você quer dizer?'
Eu disse, 'Ser diplomático significa ser uma outra pessoa, diplomacia é um outro nome para hipocrisia. Seja você diplomático – eu simplesmente serei eu mesmo. E o pior que pode acontecer será, no máximo, ele não me garantir o dinheiro para os dois anos de estudo, e também pode não me garantir outras facilidades - mas só por tais facilidades, eu não posso ser desonesto comigo mesmo.'
Ele disse, 'Pelo menos você pode permanecer em silêncio? Não dizer coisa alguma? Eu conversarei com ele no seu lugar.'
Eu disse, 'Eu não posso prometer, pois se ele disser alguma coisa estúpida, eu não vou resistir à tentação de lhe dizer que ele é estúpido.'
Ele disse, 'Eu nunca tinha notado que você é uma pessoa tão difícil.'
Eu disse, 'É bom saber desde o início. Este é o primeiro dia; ainda há tempo: você pode simplesmente me dizer e eu vou embora.'
'Não,' ele disse, 'vamos tentar.' Ele levou-me ao vice-reitor.
Eu sempre vivi do meu próprio jeito, e o vice-reitor tinha sido professor em Oxford, viveu quase toda a sua vida na Inglaterra e quase se tornou um verdadeiro inglês. Ele disse algo a respeito da minha barba, que eu estava deixando crescer. 'Por que você não faz a sua barba?' Meu professor ficou com medo de que este fosse o começo do fim.
Eu disse, 'Você está formulando uma pergunta errada; na verdade eu deveria lhe perguntar porque você faz a sua barba – porque eu não estou fazendo a minha crescer; ela cresce por si mesma. A sua pergunta é sem sentido – Você poderia me perguntar porque eu não cortei os meus dedos, ou perguntar alguma outra coisa. É natural que um homem deva ter a sua barba, você está sendo antinatural. Você tem que me responder – por que você faz a sua barba?'
Meu pobre professor, que estava sentado ao meu lado, começou a me cutucar com o cotovelo. Eu tive que lhe dizer, 'Pare de me cutucar. Não me interessam todas as facilidades para as quais você me trouxe aqui diante do vice-reitor neste momento. Minha única preocupação é que ele deve aceitar que formulou uma pergunta errada.'
Por um momento, fez-se um grande silêncio e o velho homem disse, 'Na verdade, você está logicamente correto. E neste momento eu não tenho resposta alguma, porque ninguém jamais questionou isso em minha vida. – eu nunca pensei a respeito.'
Eu lhe disse, 'Esta é a sua barba e você a tem cortado e se barbeado talvez por cinqüenta anos, sem mesmo pensar sobre o que estava fazendo.' Então eu disse, 'OK, você pode ter o seu tempo. Eu virei aqui todos os dias, às onze horas, quando a secretaria abre; você poderá me encontrar em frente à secretaria. Você tem que encontrar uma resposta.'
Mas meu professor disse, 'Nós não viemos aqui para discutir sobre barba! A questão aqui é o seu estudo complementar, a sua pós-graduação e ele é o homem que pode decidir'.
Eu disse, 'Eu não estou preocupado com isso. Neste presente momento, a minha única preocupação é fazê-lo perceber que ele viveu uma vida inconsciente.'
O velho homem disse, 'Da barba você chegou a 'uma vida inconsciente'? Ele perguntou ao meu professor, 'Quais são as exigências? Eu vou lhe garantir uma escolaridade por dois anos.' Hospedagem gratuita, alimentação gratuita, ele assinou tudo e disse, 'Só não fique parado diante da minha porta todos os dias! Se você precisar de alguma coisa simplesmente venha e me diga, eu prometo que não vou lhe perguntar nada – foi uma falha minha.'
Então eu disse, 'Está decidido? Uma vez que você me formulou uma pergunta, aquilo se tornou a minha prioridade para aquele momento, qualquer coisa que eu tiver que sacrificar, eu sacrificarei.'
Ele disse, 'Eu prometo e o seu professor é testemunha.' Mas era difícil para ele – e seria difícil para qualquer um, porque eu costumava usar um robe sem botão algum, de modo que meu peito ficava exposto... E na vez seguinte, eu fui até ele porque eu queria permissão para levar tantos livros quanto eu quisesse da biblioteca para a minha sala, e a regra que era apenas um livro de cada vez não deveria ser aplicada a mim.
Ele disse, 'Nós podemos conversar a respeito disso, mas onde estão os seus botões?'
Eu disse, 'Você está procurando problemas; você se esqueceu de sua promessa. Na verdade, eu deveria perguntar novamente, por que num país quente como a Índia - e nós estamos no verão - você está transpirando e ainda está usando essa gola fechada e esse sobretudo? Eu não uso botões porque quero que meu peito receba a brisa fresca. Isto é algo errado?'
Ele disse, 'Isto não é errado.'
Eu disse, 'Algo imoral? Algo contra as regras da universidade?Por que você deveria se preocupar com isso? O peito é meu e eu quero que ele receba brisa, o tanto que for possível.
Ele disse, 'Eu esqueci minha promessa. Você tem a permissão para levar quantos livros queira. Eu nem mesmo vou perguntar porque você quer tantos livros, pois eu não quero entrar em nenhuma discussão. Uma coisa está decidida: é melhor não discutir com você.'
A primeira reunião em que eu compareci, na qual ele iria falar, era no aniversário de Goutama Buda. Ele era um grande orador e também um bom ator. Quando ele estava falando sobre Goutama Buda, as lágrimas rolaram de seus olhos e ele disse, 'Eu sempre senti que se eu vivesse no tempo de Goutama Buda, eu teria ido sentar-me aos seus pés para aprender a arte de alcançar mais consciência, de se tornar iluminado.'
Eu estava sentado no meio e me levantei. Quando me viu de pé, ele disse, 'Eu disse algo errado?'
Eu disse, 'Você não apenas disse algo errado, você está se comportando muito falsamente. Pelo menos diante de seus alunos você não deveria faltar com a sinceridade. O que você disse não tem significado para você, as suas lágrimas são falsas.'
Todos os professores da universidade estavam presentes assim como toda a comunidade de alunos. Todos ficaram chocados por eu ter dito ao vice-reitor, 'Você faltou com a sinceridade.'
Eu disse, 'Você já ouviu o nome Ramana Maharshi?'
Ele disse, 'Sim, eu já ouvi.'
'Você foi alguma vez sentar-se aos seus pés? – porque ele é do mesmo calibre e da mesma consciência que Goutama Buda. E eu posso dizer com autoridade que mesmo no tempo de Goutama Buda você não iria até ele. Este século também tem pessoas iluminadas. Você tem que retirar suas palavras.'
As pessoas costumavam achar que ele era uma pessoa muito teimosa... Mas talvez ele nunca tenha encontrado alguém tão autenticamente sincero que pudesse trazer ao público a sua face original. Ele chorou, suas lágrimas rolaram, e disse, 'Talvez você esteja certo – eu não teria ido. Isto foi apenas uma retórica e nada mais; foram palavras sem significado. Em toda esta reunião talvez você seja a única pessoa que está ouvindo – não apenas as palavras, mas também o significado por trás delas.
'Eu gostaria que você jantasse comigo hoje à noite, porque eu gostaria de discutir um pouco mais. Eu nunca encontrei alguém em toda a minha vida que trouxesse a minha face original diante da multidão. E algo é muito estranho – eu não fiquei bravo com você, eu simplesmente sinto uma tristeza profunda por mim mesmo. Por que eu não consigo ser verdadeiro? Jamais alguém mostrou isso a mim.'
Todas as pessoas no mundo querem ser verdadeiras, pois só por serem verdadeiras, isso já lhes traz muita alegria e uma abundância de felicidade. Por que alguém deveria ser falso?
Você precisa ter coragem para chegar a um insight um pouco mais profundo: Por que você tem medo? O que o mundo pode fazer com você? As pessoas podem rir de você; isso fará bem para elas – rir é sempre medicinal, é saudável. As pessoas podem pensar que você é louco... Você não vai ficar louco só porque elas pensam que você está louco.
E se você é autêntico quanto à sua alegria, suas lágrimas, sua dança – mais cedo ou mais tarde aparecerão pessoas que compreenderão você, que poderão começar a se juntar à sua caravana. Eu mesmo comecei sozinho no caminho, e depois as pessoas foram chegando e isso se tornou uma caravana do tamanho do mundo. E eu não convidei ninguém; eu apenas fazia aquilo que sentia que estava vindo de meu coração.
A minha responsabilidade é com o meu coração, não com as outras pessoas no mundo. Assim, a sua responsabilidade é apenas com o seu próprio ser. Não vá contra ele, porque ir contra ele é cometer suicídio, é destruir a si próprio. E qual é o ganho? Mesmo se as pessoas lhe derem respeito e acharem que você é sóbrio, respeitável, honorável, essas coisas não irão nutrir o seu ser. Elas não irão lhe dar qualquer insight a mais sobre a vida e sua imensa beleza.
E, além disso, todo mundo está tão preocupado com seus próprios problemas, quem irá se preocupar se você está rindo e dançando? Quem tem tempo para isto? É apenas a sua mente que está pensando que todo o mundo está pensando a seu respeito. A minha própria experiência é: todo mundo está muito cheio, muito preocupado com a correria de pensamentos sobre si mesmo, sua vida, seus problemas. Você acha que alguém tem tempo até mesmo para olhar para você ou pensar a seu respeito?
Um médico judeu para outro colega: 'Ao longo de todo o dia, eu escuto histórias de dor e sofrimento: 'Doutor, minhas costas... Doutor, meu estômago...Doutor, minha esposa.' Eu lhe digo que isso é terrível. Diga-me, Sam, como você consegue aparentar serenidade depois de um dia escutando os problemas do mundo?'
O segundo médico: 'Quem escuta?'
Você não deve se preocupar, de jeito algum. Todos estão preocupados com seu próprio mundo, eles não têm tempo nem energia para se preocupar com você. E mesmo se eles tiverem alguma opinião, isso é problema deles. Você está sozinho no mundo: sozinho você veio ao mundo, sozinho está aqui e sozinho deixará este mundo. Todas as opiniões deles ficarão para trás; somente os seus sentimentos originais, as suas experiências autênticas irão com você, mesmo depois da morte.
Nem mesmo a morte poderá lhe tirar a dança, as suas lágrimas de alegria, a sua pureza na solitude, o seu silêncio, a sua serenidade, o seu êxtase. Aquilo que a morte não pode tirar de você é o único tesouro verdadeiro; e aquilo que pode ser tirado pelas outras pessoas não é um tesouro, é apenas tolice.
Quantos milhões de pessoas viveram antes de você neste planeta? Você nem mesmo sabe o nome delas; se elas viveram ou não, não faz qualquer diferença. Existiram santos e pecadores, existiram pessoas muito respeitáveis e todo tipo de excêntricos e malucos, mas todos eles desapareceram – nem mesmo um rastro permaneceu sobre a terra.
A sua única preocupação deve ser em cuidar e proteger aquelas qualidades que você pode levar consigo quando a morte destruir o seu corpo e a sua mente, porque essas qualidades serão as suas únicas companhias. Elas são os únicos valores verdadeiros e as pessoas que as alcança – somente elas - vivem; as outras fingem que vivem.
Numa noite escura, a KGB bateu na porta do Yussel Finkelstein. Yussel abriu a porta. O homem da KGB bradou, 'O Yussel Finkelstein vive aqui?'
'Não,' respondeu Yussel, de pé com seu pijama esfarrapado.
'Não? Então qual é o seu nome?'
'Yussel Finkelstein.' O homem da KGB jogou-o ao chão e disse, 'Você não disse que não vivia aqui?'
Yussel responde, 'E você chama isso vida?'
Só viver nem sempre é viver. Olhe para a sua vida. Você pode dizer que ela é uma benção? Você pode dizer que ela é um presente da existência? Você gostaria que essa vida lhe fosse dada repetidas vezes? Ela está tão vazia. Por causa de seu vazio, as suas preces são vazias. Você não consegue preencher suas preces com gratidão. Gratidão, por que? Você nada mais está fazendo senão representando papéis em uma novela, você não está sendo você mesmo.
Eu me lembro... Uma mulher jovem e muito bonita foi ver o grande pintor Picasso. E lá ela viu uma fotografia de Picasso pendurada na parede. Ela lhe perguntou, 'É sua a fotografia? Aquele é você?'
Picasso disse, 'Não.'
A mulher disse, 'Estranho. Parece exatamente como você. Você tem um irmão gêmeo? Ele é totalmente igual.'
Picasso disse, 'Ele pode ser como eu, mas ele não está vivo. E se ele fosse eu, já teria saltado da moldura para lhe dar um beijo. Certamente não sou eu.'
Você é realmente você mesmo? Ou está apenas fingindo ser alguém que a multidão ao seu redor queria que você fosse?
Para mim, um buscador da verdade deveria começar por abandonar tudo o que é falso nele, porque o falso não pode buscar a verdade. O falso é a barreira entre você e a verdade. Se tudo o que é falso for abandonado, você não precisa buscar pela verdade – a verdade virá até você. Na verdade, quando eu digo, 'A verdade virá até você', isto são apenas palavras. Quando tudo o que é falso é abandonado, você é a verdade.
Nada vem e nada vai.
Não existe jornada.

Fofocas Marxistas....


Fofoca existem em todo meio...


“Exame da conduta de Marx, à luz de dados biográficos reais e longe da imagem mítica partidariamente cultivada, na maneira como se comportava com amigos e familiares e, em especial, nos métodos que empregava no confronto com adversários para impor a doutrina comunista e sua ética de resultados.
A primeira coisa a ressaltar em Marx diz respeito ao caráter impositivo. Marx não pedia, mandava. Não se desculpava, justificava-se. Não dialogava, impunha ou aliciava. Um dos poucos homens com quem conviveu sem brigar, o poeta Heinrich Heine, escreveu que “Marx se julga um Deus Ateu autonomeado”. Quando, por qualquer razão, se impacientava com um circundante – como no caso em que humilhou publicamente o operário Weitling –, partia para explosão verbal. Um observador, Pavel Annenkov, traçou-lhe o perfil: “Falava sempre com palavras imperiosas, que não admitiam contradição, e que se tornavam ainda mais incisivas pela sensação quase dolorosa do tom que perpassava tudo o que dizia. O tom expressava a firme convicção de sua missão de dominar a mente dos homens e de lhes ditar suas leis. Diante de mim erguia-se a encarnação de um ditador democrático.”
Boa demonstração do seu caráter revela-se na polêmica que travou com P. J. Proudhon (1809/65), o socialista francês que o acolheu no exílio, antes de Marx ser expulso de Paris, em 1844. Proudhon tinha se tornado o mestre do socialismo europeu com a publicação de O Que é a Propriedade?, ao ponto de Marx reverenciá-lo, em A Sagrada Família, como criador de “obra que revoluciona a economia política, tornando possível, pela primeira vez, uma verdadeira ciência da economia política”.
Mas Proudhon, desconfiando do caráter de Marx, impregnado de virulência, recusou o convite deste (feito por carta) para ingressar no Comitê Comunista de Correspondência, sediado em Bruxelas. Ponderou, profético, Proudhon:
“Faço profissão pública de um antidogmatismo econômico absoluto. Se o sr. quiser, investiguemos juntos as leis da sociedade, o modo como essas leis se realizam, o processo segundo o qual chegaremos a descobri-la – mas, por Deus, depois de demolir todos os dogmatismos a priori, não pensemos em doutrinar o povo, não caiamos na contradição do v. compatriota Lutero, que, depois de haver derrubado a teologia católica, colocou-se logo, através de anátemas e excomunhões, a criar uma teologia protestante… Façamos uma boa e leal polêmica; demos ao mundo o exemplo de tolerância sábia e previdente, mas não nos tornemos os chefes de uma nova intolerância, não nos coloquemos como apóstolos de uma nova religião, mesmo que essa religião seja da lógica, da razão… Com essa condição entrarei na v. associação – senão, não!
“Devo ainda fazer algumas observações à expressão “momento de ação” (revolucionária) de v. carta. Eu creio que não temos necessidade disso para vencer, e que, conseqüentemente, não devemos colocar a ação revolucionária como meio de reforma social, porque esse meio seria simplesmente um apelo à força, ao arbítrio; em suma, uma contradição.”
A resposta de Marx veio em 1847, com Miséria da Filosofia, depois que Proudhon lançou Sistema das Contradições Econômicas, uma construção antitética que propõe o entendimento da propriedade – a lado de ser uma apropriação indébita – como uma forma de liberdade. No opúsculo, Marx, irado com a recusa e os comentários de Proudhon, reduz a quem antes considerava “o mais notável socialista francês” à mera condição de “socialista utópico”, um “pequeno burguês oscilante entre o capital e o trabalho”.
Sabe-se hoje que o “socialismo científico” de Marx revelou-se tão utópico quanto o do “pequeno burguês” Proudhon, que, a rigor, jamais encarou o socialismo como uma ciência e repudiou sempre qualquer forma de ditadura, em especial a do proletariado. Depois de ler o arrazoado marxista, o francês resumiu-se a anotar num canto de página: “Um tecido de grosserias, calúnias, falsificações e plágios. Marx é a tênia do socialismo.”
De fato, para anular os adversários o pensador alemão tratava a moral comum aos pontapés. O exemplo dos métodos que empregava para neutralizá-los pode ser avaliado no seu desforço contra Bakunin, por quem, segundo o minucioso historiador inglês Robert Payne (Marx, Londres, 1968), nutria inveja acalentada pelo ódio. O anarquista russo (que, no dizer de Bernard Shaw, inspirou Wagner a compor o Siegfried), dono de personalidade incandescente e oratória libertária, desestabilizou, enquanto pôde, o controle que Marx detinha sobre o operariado europeu e, mais tarde, sobre a Associação Internacional de Trabalhadores. Em desacordo com a política ditatorial levada adiante por Marx, Bakunin articulou a formação de uma federação de associações de trabalhadores que logo ganhou adeptos na França, Itália, Espanha, Suíça e outros países europeus.
Sem condições de destruir o prestígio de Bakunin e temendo o seu poder de liderança, Marx, com o objetivo de desmoralizá-lo, publica na Nova Gazeta Renana informação de que o líder russo era um agente secreto da polícia czarista, dando como fonte suposta documentação em mãos da escritora Georg Sand. Ao tomar conhecimento da calunia, Sand, indignada, exigiu imediata retratação. Marx justificou-se afirmando que assim procedia “para defender o movimento socialista dos governos capitalistas”.
Mas não ficou por aí. Durante o congresso da Internacional em Haia, em 1872, ressabiado pela avassaladora atuação de Bakunin e suas idéias desestatizantes, denuncia-o por atos irresponsáveis de fato cometidos pelo terrorista Netchaiev (uma carta de ameaça ao editor de O Capital), sem que Bakunin tivesse participação direta no episódio – o que determina sua exclusão da Internacional.
Reconhecendo, no entanto, a força de Bakunin e certo de que na Europa, cedo ou tarde, a Internacional cairia em mãos deste, Marx, então conhecido como o “Doutor do Terror Vermelho”, numa manobra maquiavélica transfere a sede do seu Conselho Geral para Nova York – o que, em termos práticos, significou o fim da Internacional.
Outro traço do caráter de Marx é o que aponta para a completa falta de escrúpulos quando se tratava de alterar dados e informações que, de algum modo, servissem a causa do “socialismo científico”. No discurso inaugural da Internacional, em 1864, Marx, como registra o historiador Leslie Page (K. Marx and Critical Examination of his Works, Londres, 1987), para impressionar os trabalhadores adultera deliberadamente mensagem orçamentária de Gladstone (várias vezes primeiro ministro inglês), de 1863. Na oração, escreveu Gladstone sobre o crescimento da riqueza nacional: “Veria quase com apreensão e dor este inebriante crescimento da riqueza e poderio se acreditasse que está circunscrito a classe conservadora. A condição média do trabalhador inglês, é uma felicidade sabê-lo, melhorou nos últimos 20 anos, a um grau que sabemos extraordinário e que podemos qualificar como sem paralelo na história de qualquer país e de qualquer época.” Marx, mutilando e invertendo tudo, fez Gladstone dizer: “Este crescimento inebriante de riqueza e poderio está totalmente circunscrito a classe dos proprietários.”
Na manipulação de dados estatísticos contidos nos Livros Azuis de Biblioteca do British Museum, publicados pelo governo e fonte para a elaboração dos capítulos XIII e XV de O Capital, a conduta do pai do “socialismo científico” chega a ser, segundo analistas da Universidade de Cambridge (apud Paul Johnson, em Intellectuals, W&N, 1988) de “assombrosa temeridade”, concluindo que “há um desapreço quase criminoso no uso das fontes”, o que coloca “qualquer parte da obra de Marx sob suspeita”. Para comprovar sua verdade, Marx, que durante toda vida jamais entrou numa fábrica, usa material sabidamente desatualizado e elege como exemplo indústrias pré-capitalistas, com mais de 40 anos de atraso, que não tinham condições para incorporar novas maquinarias.
No capítulo de apropriação intelectual Marx ultrapassa os limites da pura desonestidade. Para compor seus escritos eivados de metáforas apocalípticas, toma como seu aquilo que foi criado por outros, sem apontar autoria. De Marat, se apropria da frase “o proletariado não tem nada a perder, exceto os grilhões”. De Heine, “a religião é ópio do povo”; e, de Louis Blanc, via Enfantin, sacou a formula “de cada um segundo suas capacidades, a cada um segundo suas necessidades”. De Shapper, tirou a convocação “trabalhadores de todo o mundo, uni-vos”, e, de Blanqui, a expressão “ditadura do proletariado”. Até mesmo sua obra mais bem acabada e de efeito vertiginoso, O Manifesto Comunista (1848, em parceria com Engels), tem-se, entre os anarquistas, como plágio vergonhoso do Manifesto da Democracia, de Victor Considérant, escrito cinco anos antes.
Marx considerava que as leis morais não haviam sido criadas para ele – é o que indica o seu modo de agir em vida. Para além das idéias, os métodos por ele empregados influenciaram de modo catalisador a prática comunista, no século 20: sem eles, dificilmente Lênin, Trotski, Stalin, Mao, Fidel, Pol Pot e congêneres encontrariam respaldo moral para justificar seus crimes contra a humanidade. Depois da derrocada da União Soviética, levantada a cortina do terror, viu-se que mais de 100 milhões de pessoas tinham sido destroçadas em nome de uma absurda “moral proletária”, que, estranhamente, parece ainda pontificar como se nada tivesse ocorrido.
O fim da existência de Marx foi patético. Morreu praticamente só, aos 65 anos, depois de percorrer estações balneárias para mitigar o sofrimento físico, lastimando-se de dores generalizadas na laringe, brônquios, tumores, insônia e suores noturnos. Ao médico que dele cuidava, deixou bilhete, no qual dizia “só encontrar certo alívio numa terrível dor de cabeça – pois a dor física é a único ‘estupefaciente’ da dor psíquica”.
Sua família foi a grande vítima. Dos seis filhos que teve com a mulher, Jenny, uma aristocrata, três morreram na primeira infância, em decorrência do estado de penúria a que foram submetidos, e os outros – as filhas Jenny, Laura e Leonor – terminaram a vida cometendo suicídio. O único sobrevivente, Freddy, filho de Marx com a empregada, Helene, nunca reconhecido pelo pai, foi adotado por Engels para “salvar as aparências”. Jenny, a mulher, prematuramente envelhecida pelo sofrimento, morreu aparentemente sem perdoar o marido por ter engravidado a empregada.
Com os pais, Marx não se comportou de modo menos egoísta. Por ocasião da morte do pai, Heinrich, vítima de câncer no fígado, não compareceu ao enterro porque, segundo ele próprio, “não tinha tempo a perder”. Por conta disso, a mãe, Henriette, saturada de pagar suas dívidas, com ele cortou relações, não antes de adverti-lo: “Você devia juntar algum capital em vez de só escrever sobre ele.”
Mas foi ao cometer grosseria com a amigo e provedor de todas as horas, Engels (1820/95), que Marx concedeu a chave para explicação de sua moralidade. Após a morte da companheira amada Mary Burns, Engels escreve ao amigo dizendo-se arrasado pelo fato (Karl Marx, Francis Wheen, Record, 2001). Marx, por carta, responde que a notícia o surpreendeu, mas logo passa a tecer considerações sobre as próprias necessidades pessoais. Engels, magoado com a frieza do outro, suspende dádivas e correspondência. O que leva Marx, apressado, não propriamente a pedir desculpas pela conduta mesquinha, mas a admitir, com franqueza brutal, que “em geral, nessas situações, meu único recurso é o cinismo”.